A história moderna tem mostrado que mesmo com todos
equívocos e desafios a democracia é o melhor regime de governo que se tem.
Embora nos últimos anos venha sendo ameaçada por fascistas, a resposta da
sociedade aos ataques tem sido motivo de festejo e de celebração.
Os casos mais recentes e marcantes se deram justamente com
as duas maiores democracias do continente americano, pela ordem: a dos Estados
Unidos e a do Brasil. Em comum passaram por governos eleitos ultra
conservadores, incompatíveis com um pensamento mais libertário, aberto e
fraterno.
O inesperado e violento ataque ao Capitólio em Washington,
em 06/01/2021, surpreendeu o mundo pela sua ousadia. Pelo que está sendo
apurado pelo FBI, não haverá impunidade. Na última sexta-feira, 06/01, ao completar
dois anos da barbárie, o relatório até então mantido sob sigilo foi divulgado e
aponta que cerca de 900 envolvidos estão presos, sendo que 192 já condenados à
prisão e 350 foragidos. Tudo indica que vai chegar no Donald Trump.
No Brasil do capitão Jair, tudo se encaminhava para um
desfecho semelhante. As ameaças de invadir o Congresso e o Supremo Tribunal
Federal eram diárias. Grupos criminosos organizados se movimentavam livremente
pelo país criando um clima proposital de insegurança na sociedade. Nas redes
sociais “ceo’s de robôs” faziam a festa alimentando seus seguidores com
notícias falsas. Para agravar, um governo militarizado e uma milícia violenta
passava a ideia de “porteira aberta” para os infratores bolsonaristas.
Felizmente no nosso caso uma frente ampla se formou, a
Justiça Eleitoral se impôs, as urnas legitimaram o terceiro mandato do
presidente Lula, Brasília virou palco da maior festa popular que se viu na
posse de um presidente. Quanto o capitão fujão, o mito virou mico. Ao deixar
seus seguidores na mão, muitos o abandonaram.
A democracia venceu. Donald Trump e o capitão Jair são os
grandes perdedores dessa década. Boa parte da derrota se deve pelo que são,
arrogantes e despreparados. Só que mesmo assim tiveram muitos votos. Boa parte deles
não voltam mais, já que decepção foi grande, mas é bom ficar atento. Não se
pode dar trégua.
No caso dos EUA Trump não deve ser o candidato dos
republicanos. Só que republicano não voto em democrata. Portanto, a próxima
eleição continuará sendo muito disputada. No nosso caso o único partido
político nacional forte é o PT. Com certeza vai ter candidato. O capitão Jair
ao fugir num avião da FAB perdeu o respeito dos que o idolatravam: de mito
virou mico. Não tem como repetir os votos que teve.
Como o sentimento fascista aflorou com o bolsonarismo, tem
gente de olho nesse grupo. Pelo que acompanho nas redes sociais estão ativos.
Eles já existiam só que agora gostaram da visibilidade que passaram a ter. Não
dá para desconsiderá-los, se sentem traídos por um líder que os abandonou, mas
são feras feridas, armados, prontos para o que der e vier. Os poderes
constituídos não podem subestimar a ameaça que o fascismo representa. Fica o alerta.
PS - Escrevi o texto acima poucas horas antes de saber o que
estava acontecendo em Brasília. Os que estão lá representam o que há de pior na
sociedade. Despolitizados ao extremo podem
seguir qualquer outro messias que apareça. As instituições tem que agir com
rigor como fizeram aqui na invasão do Capitólio.
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