Foto da Fundação Tavares Ferreira
Depois que a gente se envolve com a araucária, vira uma paixão. Num passado não muito distante elas estavam presentes no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Paraná. Com o tempo foram sendo derrubadas sem dó nem piedade. Inicialmente, por madeireiros pelo valor comercial que tinham, pelas pastagens que vieram e agora pelas lavouras. Recuperar o que se tinha através de um replantio devidamente programado é o legado que se quer deixar para as futuras gerações. O bom desse projeto é vivenciar o repovoamento.
Para isso a Fundação Tavares Ferreira, localizada em São José dos Pinhais/PR, com larga experiência na preservação de matas e nascentes de água, procurou o Instituto IDEAL, uma organização privada, sem fins lucrativos, criada 16 anos atrás, com sede em Florianópolis, sem qualquer vivência com o tema, para ser parceiro nesse encantador desafio.
Convite feito, prontamente aceito, veio a curiosidade: porque nós. Depois de duas reuniões presenciais, uma em São José dos Pinhais e outra em Florianópolis, no dia 28/7, nos convenceram rapidamente de que o projeto Caminho das Araucárias tinha o nosso DNA; deixar bons legados para o futuro através de boas parcerias. Assim foi com as energias renováveis, assim vai ser com o resgate de um cenário de uma beleza florestal exuberante típica da Região Sul.
O sucesso de qualquer projeto, como nos demonstrou Carlos Alberto Tavares Ferreira, CEO da Carbon Zero, uma organização brasileira, com sede em São José dos Pinhas/PR, alinhada ao pacto Global da ONU, e membro da Internacional Chamber of Commerce (ICC), sempre passa pela identificação de bons parceiros. Nos encontramos um ano atrás na Rede Linkedln, por termos em comum uma meta ambiciosa: um mundo descarbonizado. Pessoalmente, só viemos a nos conhecer em junho.
A Carbon Zero nasceu em 2009 e é uma referência nacional na conscientização e na sensibilização de instituições públicas e privadas da importância e na urgência de se descarbonizar o planeta. Como ressalta Carlos Ferreira, como uma colmeia, favo a favo, até atingirmos nossos objetivos. O Instituto IDEAL é de 2007, resultado de uma experiência fora do seu tempo no Congresso, que nos levou à criação de um instituto. Com todas as dificuldades advindas de uma iniciativa inovadora avançamos na direção de uma América Latina sem Carbono. Durante anos promovemos concurso de pesquisa em fontes renováveis em universidades daqui e em outros países latinos. No total, 14 países participaram.
Quanto ao Caminho das Araucárias, de imediato nos encantou. A larga experiência do Carlos Ferreira e da Fundação Tavares Ferreira, por ele criada, no cuidado de áreas de preservação permanente, que somam milhares de hectares preservados, em Santa Catarina e no Paraná, nos deu a segurança que precisávamos. Para dar suporte técnico aos seus projetos de plantio de árvores Carlos criou o CAPES, Centro de Apoio e Pesquisa, que acompanha os programas para que aconteçam com qualidade, responsabilidade socioambiental e total transparência na condução do processo.
Na semana passada, dia 28, estivemos com Jacques Mick, vice reitor de Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina, a UFSC, numa proveitosa conversa, apresentando o que se pretende e buscando um apoio institucional da universidade. Em breve faremos o mesmo com outros órgãos federais, estaduais e municipais. Cientes de que é um legado importantíssimo para o Estado, que vai demandar recursos ao longo dos anos de sua implantação, também vamos procurar empresas privadas, cooperativas e bancos de fomento que queiram apoiar esse belíssimo projeto.
Afinal, o Caminho das Araucárias vai muito além do resgate de um cenário que nos foi tirado no tempo. Ele está inserido nos grandes temas do século. Mudanças climáticas, empregos verdes, recuperação de áreas degradadas, fixar o homem no campo, agregar renda na propriedade rural, incentivar o turismo, qualificar a mão de obra e dar aos pequenos municípios novas oportunidade de negócio. Nada diferente das inúmeras preocupações, compromissos e desafios que nos movem ao longo dos anos.
PS - Na década de 70 Gramado e Canela, eram cidades de veraneio na serra gaúcha. Nada a ver com o que é hoje. Sua maior atração era a estrada que chegava lá: o Caminho das Hortênsias. Quem conhece a história sabe que foi a estrada o primeiro grande diferencial de Gramado e Canela. A serra catarinense é linda, o Caminho das Araucárias só vai valorizar o cenário.
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