O Departamento de História e o Núcleo de Estudos Eleitorais, Partidários e da Democracia da Universidade Federal de Pernambuco, está promovendo hoje, em Recife, o ciclo de debates sobre os vinte anos após a queda do muro de Berlim. Michel Zaidan Filho, professor de Ciências Políticas da UFPE, é o entrevistado do Diario de Pernambuco. Um resumo dessa boa entrevista, repasso para o blog.
Como encontrou a Alemanha, após a queda do Muro?
"Vi um descompasso enorme, as pessoas são práticas. Precisavam sobreviver e o custo da inflação foi alto.... Houve avanços no que se refere aos ganhos da vida privada.
Que mudanças trouxe aos sistemas políticos?
"O que se seguiu à queda foi a idéia da globalização, do mundo sem fronteiras. ... Isso levou a criação de uma economia financeira desvinculada à economia real. E quando a bolha estoura, mais uma vez o velho e bom estado entra em ação para salvar os bancos, seguradoras, montadoras...".
Neste momento da crise econômica é hora do mundo rever conceitos de socialismo?
"O problema do socialismo foi a construção política de uma sociedade do trabalho, ficou claro que não se constrói uma sociedade na base do poder militar da coerção".
Uma das consequências do fim desse dualismo(capitalismoxsocialismo) foi o arrefecimento político?
"O mundo era mais simples. Com o fim do Muro de Berlim, perdeu-se essa divisão e começou a haver alianças políticas e estratégicas dos mais diversos tipos. Acho que a principal preocupação entre os paises não é de natureza ideológica, mas comercial".
Isso acaba dando margem à falta de envolvimento da população com a política, como aconteceu por aqui com o caso Sarney?
" Acho que a população não dá nenhuma importância ao Congresso. São tantos os escândalos e impunidade, que as pessoas começam a achar que ele está perdendo a importância mesmo, um mercado onde se compra tudo e se vende tudo, onde as decisões mais importantes do país não passam por alí".
Como a teoria reagiu a essas mudanças?
" O que restou foi o Fórum Social Mundial, que tem uma visão plural, que abarca todo o tipo de gente e não tem uma estratégia unificada e nem uma concepção política revolucionária.... Dali não sai nada."
CURIOSIDADES
Só na praia da Boa Viagem são consumidos mais de 100 mil cocos por mês. A Embrapa vem desenvolvendo tecnologias para o aproveitamento da imensa matéria prima que sobra. A fibra do coco é resistente e pode ser usada em confecções especiais e na construção civil. Investir num projeto desses é apostar na sustentabilidade.
"Honoráveis Bandidos - Um Retrato do Brasil na Era Sarney", um livro arrasador e bem humorado, do consagrado jornalista e escritor Palmério Doria, está dando o que falar. Já é um dos mais vendidos. Segundo Sebastião Nery, é bom voce comprar o seu antes que o Sarney compre todos. (Geração Editorial, São Paulo)
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