O título é do Celso Vicenzi. Aliás foi a leitura do texto desse amigo e grande jornalista, publicado no Caderno de Cultura do Diário Catarinense, que me fez escrever no domingo. Embora escrever me dê prazer, nos finais de semana procuro deixar o blog de lado para não me transformar num "blogueiro alucinado". E tem dado certo. É bom você não ficar refém de nada. Mas voltando ao Celso, que motivado pelo filme Invictus, sobre o líder sul-africano Nelson Mandela, transforma seu texto, com rara sabedoria, numa verdadeira tese sobre a democracia e suas limitações.
Quando Celso identifica o filme dirigido por Clint Eastwood, com o excelente Morgan Freeman no papel de Nelson Mandela, como um tributo à palavra, encontra o foco da sua tese. Depois seu trabalho fica facilitado para demonstrar como líderes respeitados internacionalmente, Lula e Mandela, utilizam o poder da palavra de forma pragmática para fazer concessões e consolidar o caminho de quem chega ao poder.
Um líder, nos lembra Celso, costuma ser idealizado por seus seguidores. Há muita adoração e pouca reflexão. Para fazer mudanças, é preciso ter poder. E para ter poder é preciso ocupar espaços, às vezes lentamente, em outras, o mais rápido que puder. Nem sempre os militantes históricos dos movimentos sociais, no Brasil ou na África do Sul, concordam no tempo e na prática de se chegar ao poder, mesmo sabendo que poucas vezes na história o poder pôde ser exercido sem concessões. Sentem-se, por isso traídos. Celso, trata no artigo com rara habilidade esse tema. Comenta, que como governante: "Lula aliou-se a setores que no passado foram duramente criticados e combatidos por ele e pelo Partido dos Trabalhadores. Lula e o PT aceitaram os riscos e pagam um preço. Pelas decisões tomadas, podem ser acusados ou inocentados. Houve avanços, políticos, sociais, econômicos. A vida melhorou para os mais pobres. Se foi pouco ou muito diante das circunstâncias, cada um escolherá o veredito."
Com Nelson Mandela, não foi muito diferente. O filme "Invictus", mostra isso. Não vou me estender. Deixo duas sugestões: vejam o filme e leiam o artigo do Celso Vicenzi. Um bom domingo.
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