quinta-feira, março 04, 2010

Caos urbano

Depois de ler os comentários do diretor do Sinduscon, Aliator Silveira, que Florianópolis é a pior cidade brasileira em mobilidade urbana, e que a falta de planejamento é responsável pelo caos que se estabeleceu no trânsito da capital, novamente acendeu a luz sobre o tema que me motiva: a relação do público com o privado. Quem conhece a cidade sabe da forte influência do segmento da construção civil sobre os poderes legislativo e executivo do município de Florianópolis. Decisões passadas e presentes contribuíram, e muito, para o caos urbano que vivenciamos. Quem não se lembra da recente e mal explicada posição da maioria dos nossos vereadores sobre a Bacia do Itacorubi? Como se explica que um projeto encaminhado pelo Executivo, seja derrubado numa Câmara onde sabidamente o Prefeito tem ampla maioria? Por trás desse projeto, era público o interesse do Sinduscon. Por isso que, quando ficar preso num engarrafamento: olhe para o lado. Observe os inúmeros prédios construídos. Eles fazem parte do processo de ruas saturadas. Pense na Bacia do Itacorubi. Passe pela Rodovia João Paulo, de rodovia só o nome, uma rua estreita de mão dupla, sem nenhuma condição de absorver as dezenas de novos prédios ali construídos. Siga adiante, entre na Rua Antonio Amaro Vieira. É de assustar. Um prédio ao lado do outro. A largura da rua, não tem seis metros. Tente atravessar a Rodovia Admar Gonzaga. Se conseguir, olhe o que fizeram junto a Celesc. São centenas de novos apartamentos invadindo o que era um loteamento, o Parque São Jorge. Se você ainda tiver paciência e gostar de andar em rua engarrafada, pegue a João Pio Duarte e acabe seu teste na rua Deputado Antonio Edu Vieira. Vencida essa etapa, você só tem um caminho a seguir: o da cidadania. Exigir dos poderes constituídos, respeito ao que é publico. Cobrar dos orgãos competentes a implantação do Estatuto das Cidades. Buscar, no que a legislação estabelece, os seus direitos. E antes de comprar um apartamento, passe no Sinduscon. Verifique como se deu a aprovação do projeto. Se houve ou não modificações no Plano Diretor para facilitar a vida do empreendedor. Não compre "gato por lebre", nem passe pelo constrangimento de morar num prédio "micado".

PS - como o texto ficou longo, já fica para sexta. Um bom final de semana para todos!

2 comentários:

Tiago disse...

A futura sede do Sinduscon, localizada na Av. Rio Branco no Antigo Prédio da Academia Albertina Ganzo é hoje uma boca de crack. Sem contar que no último andar tem um reservatorio de agua parade de 15m2 criadouro de mosquitos.

Como ex-morador da casa ao lado acompanhei o aumento da criminalidade da região - furtos em residencias e estabelecimentos comercias assim como assaltos.

O vizinho do lado direito, giba, tem tudo documentado com imagens. Há aproximadamente4 meses estamos avisando o Sinduscon da situação. A única providência que tomaram foi mandar cortar a luz e agua que era utilizada pelos "moradores". O prédio continua a servir como abrigo e sanitário e o cheiro ruim chega na rua.

Isso é um símbolo do descaso dessa instituição com a cidade.

O Giba está abrindo uma ação no tribunal de pequenas causas, derepente vocês podem ajudar.

Mauro Passos disse...

Caro Tiago,

agradeço o comentário. Penso que seu companheiro já tomou a iniciativa correta.

Mauro