Dois de abril (ainda bem que não foi dia primeiro) vai
entrar na história de Florianópolis como o dia símbolo da luta da preservação
contra a especulação. A Ponta do Coral, última área natural de acesso ao mar no
centro da cidade, foi durante os últimos 30 anos palco de mobilização da
sociedade em defesa de sua preservação. Em 2000, como vereador, conhecendo um
pouco da história que aquele belo lugar guardava, dei entrada com o Projeto de
Lei 245/2000, que alterava para Área Verde de Lazer a Área Turística Exclusiva na Ponta do Recife (hoje conhecida como Ponta do Coral). O projeto tramitou por dois anos na Casa. Em dezembro de 2002, foi
aprovado pela unanimidade dos vereadores. No ano seguinte começo meu mandato de
deputado federal. E, a partir desse momento, na Câmara Municipal crescem as articulações
e lobbies para dar aquela área outro destino. Com intuito de atender interesses
privados voltados à especulação imobiliária descumpriram com o Regimento e
propuseram o que não lhes cabia – ampliar um terreno privado agregando uma
grande área de aterro. Na ânsia de
atender interesses obscuros perderam completamente a razão. Em função disso, a
lei que criou o aterro (180/2005) trás na sua origem vícios insanáveis - É INCONSTITUCIONAL!. Foi nisso que nos
pegamos para entrar com uma Ação Civil Pública no Ministério Público Federal.
O tempo, ao que parece, é o senhor da razão. Ontem, numa
entrevista coletiva, o prefeito César Souza suspendeu a autorização dada pelo
ex-prefeito Dário Berger, no apagar das luzes do seu mandato, que permitia o
empreendimento com 600 apartamentos na Ponta do Coral, viabilizado pelo aterro
ilegal. César, agiu como se espera que deva agir agir um bom prefeito. Colocou o interesse público
acima da especulação imobiliária que Florianópolis está submetida.
ca
2 comentários:
Vamos ver se ele mantem !
Muito boa notícia, embora tenhamos todos que continuar vigilantes. Enquanto não houver uma ocupação da própria prefeitura para instalação de equipamentos de lazer na área, não podemos descansar. Um abraço saudoso meu caro Mauro.
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