Quem usou a expressão acima foi Mark Weisbrot (*), em recente artigo. Para ele, "quando Dilma Rousseff foi afastada definitivamente da Presidência, em agosto, muitos qualificaram o ocorrido como golpe".
Embora Dilma nunca tenha sido acusada de nada que pudesse legitimamente ser descrito como crime, pouco adiantou: seu vice e a maioria dos congressistas trataram de afastá-la.
Para Mark Weisbrot, quem articulou e viabilizou o impeachment nessas condições: não pensou nas consequências. Segundo ele: " A deterioração da democracia, do Estado de direito e dos direitos civis é o que acontece quando uma elite corrupta utiliza uma mudança de regime ilegítima para aprovar mudanças estruturais grandes e regressivas para as quais jamais ganharia apoio nas urnas."
E conclui: " O governo atual não tem nada a oferecer, exceto uma repetição do fracasso, econômico de longo prazo, que a população não aceitará."
Nada muito diferente do que venho afirmando. Com a popularidade de Temer descendo a ladeira, cresce na sociedade a incerteza em relação ao futuro do seu mandato. Quem articulou e viabilizou o impeachment sabe disso. Em 2017, a pressão por um presidente eleito vai para as ruas. Sem voto: nunca mais!
(*) MARK WEISBROT é codiretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política em Washington, e presidente da Just Foreign Policy, organização norte-americana especializada em política externa.
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