O resultado das eleições americanas ainda dominam o noticiário. Nos próximos dias, Donald Trump será empossado como o novo presidente dos Estados Unidos. Assim como poucos previam sua eleição, poucos também se arriscam a prever como será o seu governo. As resistências crescem dentro do país e as inquietudes crescem também fora do país. Nada do que vem sendo noticiado pode ser visto como um exagero. Trump joga pesado e tem um temperamento fora dos padrões "do politicamente correto". Sem ter passado por nenhum cargo eletivo, Trump é uma grande incerteza.
Na área que mais afeta o planeta, a energia - o retrocesso é real. Segundo o último estudo da Fundação Getúlio Vargas, "após uma campanha marcada por declarações polêmicas e contraditórias, Trump não apresentou propostas concretas de política energética". Provavelmente não o fez para evitar um confronto maior com grupos ambientalistas. A disputa eleitoral estava acirrada e as organizações ambientais são bem ativas. No entanto, agora eleito: Trump cada vez sinaliza sua simpatia pelos combustíveis fósseis e seu descompromisso com as questões climáticas. Para os estudiosos da FGV, Trump pretende reduzir subsídios para as fontes de energia renovável. Nenhuma surpresa: bem em sintonia com sua recusa de reconhecer e aceitar o fenômeno mundial do aquecimento global.
O Boletim Energético de dezembro de 2016, da FGV, toca nesse assunto com bastante propriedade e preocupação:
."Nos últimos quatro anos – em especial após a reeleição de Barack Obama – o futuro energético americano estava claro: as utilities teriam que rapidamente descarbonizar os portfólios de suas centrais elétricas, primeiro passando pelo gás natural como uma fonte de transição entre o carvão e as fontes renováveis. O comprometimento dos Estados Unidos com as mudanças climáticas serviu como exemplo para outros países: a assinatura do Acordo de Paris por mais de 190 nações foi o maior passo já dado pela humanidade em direção à “descarbonização” do planeta. Pela primeira vez, tomava forma um novo consenso climático global, com policymakers de todo o mundo aceitando a
realidade do aquecimento global e unindo esforços para combatê-lo. Trump representa uma ameaça a este consenso, com promessas de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris. A maneira com a qual sua eleição poderá afetar as decisões dos demais países ainda está em suspenso, mas sua negação às políticas climáticas sem dúvida cria um ambiente de incerteza no setor energético mundial."
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