Segundo o Dicionário Online, "transe" é uma conjuntura aflitiva, ou perigosa. Pode ser também um estado alterado de consciência (Wikipédia). No caso que vivenciamos na semana passada, com a divulgação da lista de Janot, as duas definições se aplicam: estamos diante de uma conjuntura aflitiva, agravada pela consciência alterada de boa parte dos nossos políticos e governantes.
Sobre a primeira definição de "transe", me parece claro que estamos diante de uma conjuntura aflitiva. A abrangência da lista e a importância dos citados, meche com as estruturas de qualquer país. Ainda mais quando se trata da nossa jovem democracia - que abriga trinta e cinco partidos!
Já em relação à segunda definição de "transe", reconheço ser bem mais difícil identificá-la. Afinal, consciência é algo bem mais complexo e nem todos têm. No entanto, sem grandes pretensões de entender o assunto, me arrisco a dizer que nessa listagem de endiabradas personagens, próprias de um filme de ficção, se encontram dezenas de pessoas sem consciência, ou com ela bastante alterada.
Quando cinco ministros e o presidente da Câmara e do Senado estão na lista do pedido de inquérito entregue ao STF pelo procurador-geral Rodrigo Janot, a crise politica fica fora de controle. O risco de uma paralização geral por parte do governo, passa a ser uma possibilidade. A prioridade diante de uma conjuntura aflitiva dessa magnitude - é cada um por si - tentando se livrar do pior. Para um cineasta visionário como o saudoso Glauber Rocha, um roteiro perfeito para um filme. A história real de uma jovem democracia, ameaçada por escândalos e desmandos, se passa em Brasília no ano de 2017. O nome do filme, uma homenagem a Glauber: "Brasil em Transe".
(*) "Terra em Transe", de Glauber Rocha é de 1967. Até hoje é considerado um dos melhores filmes que produzimos. O filme se passa na cidade fictícia de Eldorado e retrata a história de Paulo Martins, um jornalista idealista ligado à política. Glauber morreu em 1981. (G1 BA)
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