segunda-feira, abril 17, 2017

Emílio, Marcelo e os 78 apóstolos da Odebrecht


O que se espera da cúpula de uma grande empresa de engenharia: que faça engenharia. Só que aqui o foco foi outro. O que se viu depois das delações premiadas da Odebrecht foi: uma grande  empreiteira determinada em criar uma imensa rede de negócios escusos. Para isso contou com a ativa participação de seus 78 principais gestores. Até havia uma desconfiança sobre as relações promiscuas da empresa com governantes e políticos de diferentes partidos, só não se tinha ideia da extensão da podridão.

Emílio, Marcelo e seus 78 apóstolos acabaram com o bom nome da nossa engenharia(*). Jogaram no lixo a imagem construída ao longo dos anos. Foram irresponsáveis e inconsequentes. Para atender seus interesses, não tinham limites. Quando começou a delação da Odebrecht se pensava que seus tentáculos se limitavam aos inicialmente listados por Janot. Um seleto grupo de políticos de diferentes partidos, que ganharam notoriedade pelos apelidos que receberam: Botafogo, Índio, Angorá, Boca Mole entre tantos outros. 

Agora se sabe que foram muito além. Prefeitos e vereadores de cidades do interior foram prospectados pelos "apóstolos da Odebrecht". O caso mais emblemático foi de Uruguaiana no Rio Grande do Sul, fronteira com a Argentina. Segundo relato de um dos delatores, dos 11 vereadores seis estavam no pacote da Odebrecht. Como um deles não se elegeu  ficaram sem a maioria. O que iam fazer com o controle da Câmara de Vereadores da cidade, não ficou claro. Coisa boa não devia ser.

(*) Na Semana Santa sempre tem um Judas. Nesse ano sobrou para o Temer. Nenhuma surpresa: com 5% de aprovação, só poderia ser ele o escolhido. No entanto, se houvesse um Judas coletivo o povo já estava com a lista pronta: Emílio, Marcelo e seus 78 apóstolos.

PS- o poderoso chefão do Grupo Odebrecht, Emílio, que não cansa de chamar LULA de amigo, sempre que pode queima o "amigo". A última que aprontou foi sobre um comentário de Golbery  do Couto e Silva sobre LULA. Golbery morreu em 1987.  Portanto, comprovar se teve a conversa e se é verdade o que Golbery falou - nem pensar. Um  comentário totalmente fora do contexto, que a mídia, como sempre, soube explorar.   

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