segunda-feira, abril 24, 2017

Mobilidade urbana: o que nos ensina a Coreia.


Quem mora em Florianópolis, enfrenta todos os dias um trânsito caótico. Quem precisa passar pelo trevo do Restaurante Dona Benta no final de tarde, só com muita paciência. E o que é pior: a situação só se agrava. A última obra viária no local foi no final dos anos noventa, quando era vereador. Passo por ali caminhando todos os dias, a impressão que fica é falta de planejamento e de inteligência. (foto acima)

O comentário que faço não se limita a Florianópolis, uma cidade de porte médio. A falta de atenção com o planejamento urbano é geral. E quanto maior a cidade, pior. Claro que como tudo, existem as exceções. Os bons exemplos, infelizmente, quase sempre vem de fora. Recentemente li que em Seul, a "metrópole irmã" de São Paulo, as obras não atrasam e nem as decisões políticas atrapalham.(*).

Seul, a capital da Coréia do Sul tem 10 milhões de habitantes. Na região metropolitana são 25 milhões de pessoas. São Paulo tem 12 milhões na cidade e 21 milhões na região metropolitana. Duas cidades quase iguais em tamanho, com as mesmas dificuldades e desafios inerentes às grandes concentrações urbanas. As coincidências não param aí: a primeira linha de metrô foi inaugurada no mesmo ano, 1974.

No entanto, as coincidências em relação ao metrô param aí: a atual rede de metrô em São Paulo tem 78 km, a de Seul tem 327 km. Enquanto o metrô de São Paulo tem 68 estações, o de Seul tem 302. Sem falar que em São Paulo existem seis linhas e em Seul, nove. Em razão disso, o metrô de São Paulo transporta 4,7 milhões de passageiros por dia e o de Seul 6,9 milhões. Em outras palavras: são 2,2 milhões de pessoas a mais por dia que se movimentam em Seul sem usar seus carros. (**)

Para tratar desse tema instigante e atual, que exige inteligência e visão de futuro, o Instituto IDEAL promoverá na primeira semana de junho, seu 8° Seminário ENERGIA + LIMPA. O foco desse ano é justamente debater com especialistas sobre a mobilidade urbana no futuro. Programa-se.

(*)  A matéria é de Alencar Izidoro (FSP).

(**) A única solução para a mobilidade urbana nas grandes cidades é o transporte público de qualidade. Não há outra possibilidade. Em Hong Kong, a cidade mais adensada de todas, o uso da malha viária que a cidade oferece, além de ser gratuito é creditado aos usuários um pequeno valor para estimular o uso. Em Londres, áreas mais criticas, sujeitas a grandes engarrafamentos, só é permitido o acesso a taxis e ônibus. Desconhecer o problema, como é muito comum por aqui, só agrava a situação.

P.S.: Amanhã sigo tratando do mesmo assunto: mobilidade urbana, Seul X São Paulo.

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