quarta-feira, abril 19, 2017

O verdadeiro DNA da Odebrecht (parte II)

Com 1503 visualizações, o comentário "O verdadeiro DNA da Odebrecht", publicado na semana passada, dia 14, mostra o quanto a farsa, a fraude e a irresponsabilidade da maior empresa brasileira de engenharia mexeu com as pessoas. A verdade é que pouco se sabia dos muitos malfeitos que faziam. Quando tudo se tornou público,  num primeiro momento, veio a perplexidade e depois uma mistura de vergonha com revolta.

Entender sentimentos não é minha praia. Pelo compromisso que tenho com o blog, que me faz ler para poder escrever, extraí alguns fragmentos do texto "Uma filosofia da mentira", de Luiz Felipe Pondé, para tentar explicar o estrago da Odebrecht.

Pondé começa seu artigo nos alertando que se existisse um medidor de mentiras, o início do século 21 ganharia o prêmio da era da mentira. E que é falsa a afirmação do marketing moral de que "todas as pessoas são iguais perante a lei". O que se procura é através de um conjunto de normas burocráticas passar a ideia "dessa igualdade".

Em um outro momento, aborda o tema da moda: "pensar fora da caixa". Sem citar a Odebrecht, Pondé comenta que na verdade o mundo corporativo não quer seus executivos "pensando fora da caixa". Pelo menos por aqui, boa parte dos empresários quando fala é da boca para fora. No fundo querem que as pessoas continuem como são: respeitadoras dos limites dessa caixa.

Com essas ponderações de Pondé, finalmente consegui entender melhor o verdadeiro DNA da Odebrecht. As razões pelas quais bons engenheiros, advogados, economistas, administradores, se submeteram às regras obscuras estabelecidas por Emílio e Marcelo Odebrecht. Por uma razão muito simples: seus executivos assumiram a politica da cumplicidade absoluta em troca da zona de conforto e dos gordos bônus que recebiam.  

Até agora, como delatores que são, pouco mudaram: continuam arrogantes e a serviço dos mesmos senhores. Segundo Pondé, insisto, sem se referir aos 78 apóstolos da Odebrecht, "o dinheiro acumulado sempre leva o seu dono à conclusão de que a melhor política é a covardia. Apesar de falarem o contrário disso, a verdade é que o acúmulo tende a tornar você uma formiga contida em seu formigueiro".

PS- Resumindo, "pensar fora da caixa" é uma necessidade. Mas só que nem sempre se consegue. O que posso dizer, por experiência própria, é que vale a pena tentar.

Nenhum comentário: