quarta-feira, maio 17, 2017

Brasil, cada dia uma agonia.

Definitivamente, nada será como antes no mundo da musicalidade. Não que eu entenda muita coisa,  mas as composições da minha época mexem até hoje com a gente. Com a recente morte de Belchior, um poeta, nos reencontramos com preciosidades perdidas no tempo. Quem de nós não se emocionou ao ouvir de novo "um rapaz Latino-Americano" ou "foi por medo de avião, que pela primeira vez peguei na sua mão".

Na semana passada fui convidado para assistir o show do Toquinho (foto acima). Novamente um momento de reencontro com letras de um passado distante, que o tempo não apaga. Entre uma canção e outra, pausa para Toquinho relembrar os sentimentos dos músicos exilados durante o golpe de 64. Longe dos amigos, da família e com saudades da terra, as noites serviam para dedilhar o violão e compor maravilhas.

Sempre que posso trago para meus despretensiosos comentários a preocupação com o momento atual. Toquinho acabou trazendo de volta o passado, onde as pessoas tinham outros valores. As letras da época provam isso: "quem sabe faz a hora não espera acontecer e esperar não é saber". Sem dúvida era outra sociedade, mais fraterna e solidária. O Brasil de hoje está acuado, com as pessoas sem rumo, desanimadas e divididas. Sem perceber estamos regredindo em iniciativas  motivadores da cidadania. Sem isso, tudo fica mais difícil.

O preconceito vem crescendo e como uma praga ganha contornos de perversão. O Rio, a cidade símbolo do Brasil no exterior virou uma calamidade. As reservas indígenas estão ameaçadas  e áreas de conservação sendo reduzidas. O Congresso virou  um grande balcão de negócios e o Poder Judiciário continua expondo publicamente suas fissuras. E para finalizar, um Executivo sem legitimidade cercado de envolvidos com a corrupção. Cada dia uma agonia.  Lamento muito, mas regredimos.

PS- como o comentário acima já estava pronto, as denúncias contra Temer ficam para o próximo. Depois de três anos buscando provas contra Lula, três minutos acabaram com Temer. 


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