sexta-feira, maio 12, 2017

Lula, Moro e a Lava Jato.

Por motivos de força maior e alheios a minha vontade (ter a casa arrombada), não pude dar atenção ao depoimento de Lula ao juiz Moro, na última quarta-feira, em Curitiba. Além das manifestações pró Lula pela manhã e o forte aparato de segurança que havia na cidade, não soube de mais nada.

Do que li ontem, depois de 5 horas de interrogatório, a prova de que o tal tríplex é do Lula não apareceu. Lula reafirmou que é vítima da maior perseguição "midiática jurídica" da história e o juiz Moro,  como sempre, dizendo "não ter desavença pessoal" com o presidente. Até aí, nenhuma novidade.

Como o juiz Moro não tem um plano B, só mesmo uma surpreendente mudança de rumo irá evitar Lula de uma condenação. No entanto, numa outra instância, sem provas convincentes, a condenação pode ser revista. Em resumo: a jogo apenas começou. E o que todos estão de olho é em 2018.

Há quem diga que depois da Lava Jato, muita coisa vai mudar. No meio jurídico crescem as críticas aos procedimentos utilizados e a ideia de que "os fins justificam os meios", como defendem alguns procuradores da operação. Não sei no que vai dar. Como ando muito cético em relação ao rumo da nossa politica, da gestão do país, do comportamento da mídia e perplexo diante dos embates no poder judiciário, nada mais me surpreende. Diante de tudo que vivenciamos parece normal: o Congresso não se mostrar confiável, o governo manter citados na Lava Jato em cargos chaves  e ministros do Supremo expondo suas  desavenças publicamente.

Portanto, o que vai acontecer depois da Lava Jato é  uma grande incógnita. Diante um país dividido, como nunca se viu antes, o desafio que temos pela frente vai exigir muitas mudanças. Não só aquelas que são sempre lembradas nessas horas (politicas, econômicas e sociais), mas principalmente a mudança de comportamento da sociedade. Sem uma cidadania plena, respeitosa e respeitada, não há futuro!

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