A palavra "saga" significa uma longa história, um relato, uma lenda, algo que se estende no tempo. Conforme o caso, os fatos relatados são distorcidos de acordo com interesses obscuros. "A saga do tríplex", como está sendo chamada a novela envolvendo o apartamento que originou a condenação de Lula, representa bem o que é uma saga.
Vencida a etapa de Curitiba, o caso segue para Porto Alegre. Lá três desembargadores irão apreciar os recursos da defesa. Como se sabe, advogados de renome alegam forte viés politico na sentença proferida pelo juiz Moro. A novela, ou melhor a saga - reinicia. Provavelmente, num outro patamar, com o rigor técnico prevalecendo sobre aspectos políticos relacionados as eleições de 2018.
O que se espera em Porto Alegre é que as provas sejam devidamente identificadas. Não basta a palavra de um delator para condenar alguém. Até porque, seu valor é muito relativo. O delator está ali para falar dos outros e não dos seus crimes. Normalmente fala o que querem ouvir, desde que sua pena seja aliviada: por isso se chama "delação premiada". Delator, não é um bom exemplo para ninguém. (*)
Pelo que se comenta, no segundo semestre de 2018 deve sair a decisão do TRF da 4ª Região sobre a sentença do juiz Moro. Até lá, como toda a saga, fatos e relatos estarão presentes na vida dos brasileiros. Como os capítulos finais dessa interminável novela vão se dar num ano eleitoral, tudo pode ocorrer. Que o resultado final, seja ele qual for, nos ajude a encontrar o melhor caminho.
(*) Prova de que delator não é bom exemplo para ninguém, veja o comentário que fiz no caso da Odebrecht (14/4/2017). Quando já tinha gente com pena de bandidos confessos, escrevi sobre o "O verdadeiro DNA da Odebrecht". Com cerca de 2000 visualizações: continua sendo a página mais acessada do blog.
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