quarta-feira, julho 26, 2017

Política externa, o que nos falta: estratégia e protagonismo.

Nossos vizinhos e outros países, sempre viram o Brasil como  uma referência na América Latina. Pelo tamanho da economia, pelo parque industrial diversificado, uma excelente performance na produção de alimentos, mercado interno considerável e um relacionamento externo bastante amigável. Durante o governo Lula, nossas qualidades foram bem identificadas e valoradas. Se dizia na época que o Brasil "era a bola da vez".

Exageros à parte, voltamos à normalidade no pós Lula. Segundo o pesquisador Andrés Malamud, da Universidade de Lisboa, "mesmo que a gestão diplomática de Dilma tenha sido incompetente e a de Temer inexistente, o - encolhimento - do Brasil é estrutural". E sua retração deve-se parcialmente aos erros na política externa.

A ausência de uma politica externa altiva e ativa, nos últimos anos é real. Segundo a edição 2017 do estudo "The Soft Power 30", que mede a capacidade de persuasão no cenário global evidencia a nossa falta de estratégia e de protagonismo. Dos 30 países estudados, só ficamos à frente da Turquia. Nada contra a Turquia, só lembro que como nós atravessa também uma profunda crise política.

Por fim o professor Malamud, que olha o Brasil de forma respeitosa, dada a nossa importância em uma escala global, nos lembra  a necessidade de uma maior inserção internacional. Afinal, temos 3% da população mundial e apenas 1,5% da participação nas relações comerciais. Sem falar da nossa incapacidade de vencer as crescentes barreiras protecionistas e do baixo desenvolvimento científico e tecnológico que nos acompanha.

PS- Pela falta de protagonismo: encolhemos! O sonho que compartilhamos, "do Brasil bola da vez", está cada vez mais distante. Sem politica externa, o que nos resta de inserção global são os investimentos em Miami: nos shoppings e nos lofts.

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