quinta-feira, julho 27, 2017

Temer: as contas não fecham.

Meta de déficit primário do governo  Temer para 2017:  R$ 139 bilhões. Traduzindo: receita, 139 bilhões menor que a despesa. Pressionado, o governo anuncia: aumento nos impostos dos combustíveis e um plano de demissão voluntária. As duas iniciativas, além de não resolver o problema do  déficit público,  expõem as contradições do governo. Para quem prometeu não aumentar impostos, o desgaste do anúncio foi muito grande. Já em relação ao PDV dos servidores, o patrão é o mesmo: quem emprega ou aposenta é o Estado. Ou o governo paga como salário, ou como aposentadoria antecipada. Tira de um bolso e bota noutro. Uma espécie "de me engana que eu gosto". 

Para quem acompanha o noticiário, as aparições mais recentes de Meirelles não tem sido nada animadoras. Com toda a autonomia que tem, não consegue fazer a economia deslanchar. O crescimento que prometeu, 2% para esse ano, segundo Elio Gaspari: "é uma fantasia". Temer e seus amigos, aparentemente, não demonstram grandes preocupações com os números da economia. Não existe um plano B e precisam de Meirelles. Não pelo que ele está fazendo, mas pelo papel que faz. Enquanto Meirelles finge que controla a economia,  eles estão livres para fazer o que realmente querem: blindar Temer.

Se as contas do governo não fecham, a prioridade dos deputados pró-Temer é fechar a conta dos votos no Congresso. Se vão conseguir ou não, o tempo vai dizer. Afora isso, Temer enfrenta um outro grave problema. Seus amigos mais próximos a qualquer hora podem negociar uma delação. E aí sim, não há Meirelles para ajudar.(*)

(*) Camila Mattoso e Gustavo Uribe, da FSP, lembram que o Palácio está encurralado e os homens  mais próximos do presidente enrolados. Segundo a matéria, são eles: Eduardo Cunha, Rodrigo Rocha Loures, José Yunes, Moreira Franco, Lúcio Funaro, Tadeu Filipelli, Eliseu Padilha, Romero Jucá, Geddel Vieira Lima e o coronel Lima. 

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