segunda-feira, dezembro 18, 2017

Luislinda Valois, uma ministra sem noção



Se o governo Temer vem se arrastando, muito se deve aos seus ministros. Alguns sob suspeita, estão protegidos pelo foro privilegiado (*). Outros, patéticos, jamais poderiam ocupar o cargo que ocupam. Numa semana pra lá de turbulenta, quase que passa despercebida a manobra da ministra Luislinda Valois, dos Direitos Humanos, para permanecer no cargo. Na quinta-feira, 14, ela pediu sua desfiliação do PSDB com intuito de se manter ministra.

Não acredito que permaneça ministra, até porque sua atitude desesperada não encontra apoio em lugar algum. É um péssimo exemplo que Luislinda deixa como legado às mulheres que lutam por mais espaço e respeito na sociedade. Recentemente sua tímida passagem pelo Ministério dos Direitos Humanos, já tinha sofrido um enorme desgaste. No mês passado, o jornal "O Estado de S. Paulo", revelou outra manobra da "ministra sem noção". Muito embora o governo que ela faz parte bata na tecla dos privilégios de forma oportunista, Luislinda foi totalmente inconsequente ao querer incorporar ao seu gordo salário a sua gorda aposentadoria. A soma "das gorduras", chegaria a R$ 61,4 mil. Que vergonha (**).


(*) A procuradora geral da República, Raquel Dodge, decidiu questionar no Supremo a Medida Provisória que deu a Moreira Franco foro privilegiado. Moreira, um dos ministros mais próximos de Temer, como se sabe foi acusado de receber propina das empreiteiras.

(**) No governo todos conhecem quais são os privilégios e quem são os privilegiados. Só que não querem corrigir. Medidas impopulares, só a cúpula dando o exemplo. Não é dona Luislinda?
Pior que a incorporação salarial foi a sua justificativa: "o trabalho executado sem a correspondente contrapartida se assemelha a trabalho escravo", declarou a ministra. Podia ter ficado calada.

PS- Foi uma pena a passagem desastrosa de Luislinda Valois pelo governo Temer. Luislinda, mulher negra, desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça da Bahia, não soube cuidar da sua história.  O poder, não é para qualquer um: as vezes corrompe; as vezes acaba com as pessoas.

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