terça-feira, março 27, 2018

O Brasil que eu quero

Através da Globo e suas filiadas, somos torpedeados pela indagação "que Brasil que eu quero". Como as mensagens são muito parecidas, até parece que todos querem a mesma coisa. O que, num país com tanta desigualdade, não é verdade. 

Ao meu ver, a mensagem que aproximaria os entrevistados é o distanciamento do sistema político dos eleitores. Não só aqui, mas no mundo, as pessoas estão refratárias a partidos e políticos.

Quem nos faz pensar sobre isso é Ngaire Woods, 55, economista, doutora em filosofia, reitora da Escola de Governo, da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Em sua rápida passagem pelo Brasil, Ngaire, em entrevista a Folha, fez algumas observações. (*)

SOBRE CORRUPÇÃO - "Quando a economia está crescendo, há certa cegueira para esse tipo de problema." "Não há sociedade que goste de corrupção. Até pessoas corruptas preferem viver em lugares não corruptos".

SOBRE FAKE NEWS - "Informação que circule livremente é vital em uma democracia, mas não permitir que ódio e violência sejam plantados constantemente também é."

SOBRE POLÍTICA E POLÍTICOS - "Os políticos precisam oferecer ideias transformadoras fortes. E eles precisam aprender a expressar essas ideias de maneira simples e clara". "As pessoas sentem que seus trabalhos estão ameaçados. Ou pelo trabalho informal. Ou por robôs. Nós precisamos de um novo modelo econômico que ofereça esperança às pessoas". "Os políticos precisam aprender com populistas por ao menos três razões: eles conhecem os problemas reais do eleitor, propõem medidas transformadoras e sabem se comunicar de forma simples".

(*) As observações não são de um marqueteiro, mas de uma das mais prestigiadas pesquisadoras de formas de governo no mundo.

PS - E sobre o país que eu quero: que a imprensa seja livre... até das manipulações. E, se possível, que se acabe com a possibilidade da reeleição.   


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