Do Estadão: fotos abaixo de Vilton Júnior
O governo brasileiro deveria ter declarado luto por um dia ontem. Depois da violência que se viu nas duas das nossas principais cidades, Rio de Janeiro e São Paulo, só mesmo um pedido de desculpas à Nação para aliviar a dor e a vergonha desse Brasil sem rumo. Afinal, que país é esse, onde os que resistem são alvos da violência? Em 1987, Renato Russo já nos alertava sobre isso. Onde estiver, Renato deve estar indignado por nada ter mudado. (*)
Enquanto em São Paulo a violência se dava na Câmara de Vereadores, onde os servidores municipais protestavam contra a reforma da previdência encaminhada pelo prefeito João Dória, com os manifestantes sendo duramente reprimidos pela Polícia Militar; no Rio de Janeiro, a voz de uma jovem e combativa vereadora do PSOL, Marielle Franco, se calava diante de um atentado à bala na região central.
O assassinato da jovem vereadora, que apurava a violência no Rio pós intervenção militar, ganhou as redes sociais e repercutiu em todo o mundo. A presença do Exercito nas ruas, que já vinha sendo vista como uma jogada politica, como se observa, não está trazendo a segurança anunciada.
A morte de Marielle atenta contra a democracia. Ninguém tem dúvida que foi uma execução. (**)
(*) Em 1987, "Que país é esse", da banda Legião Urbana, era um dos maiores sucessos nacionais. O tempo passou, mas a letra segue mais atual que nunca. E só confirma como regredimos: "Nas favelas, no Senado/Sujeira por todo o lado/Ninguém respeita a Constituição/Mas todos acreditam no futuro da nação/ Que país é esse.", cantava e encantava Renato Russo.
(**) A vereadora levou quatro tiros na cabeça e o motorista três nas costas. A arma utilizada uma pistola 9 mm. Os disparos foram dados a dois metros de distância. Nada foi roubado.
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