domingo, abril 08, 2018

Lula: início e fim

Por motivos relacionados a energia solar, não pude acompanhar todo o processo envolvendo Lula: o julgamento no STF, dia 4, e o açodamento de Moro, dia 6. Sem falar  nas graves consequências dessa precipitação. Até foi bom desligar um pouco. Ajuda na leitura mais isenta dos fatos. Ao meu ver, Lula foi quem pautou nesses quatro dias a imprensa local e internacional. Não sei  se foi uma estratégia, ou não. Sua prisão pode até alimentar ainda mais essa visibilidade.  

O artigo, "A capa do processo", de Luís Francisco Carvalho Filho, merece ser lido na íntegra. Como forma de despertar o interesse para uma boa análise desse momento conturbado, reproduzo o início e o fim do texto. A matéria pode ser encontrada: lfcarvalhofilho@uol.com.br

O INÍCIO - "Os ministros do Supremo Tribunal Federal insistem: o que está em jogo não é Lula, e sim o princípio constitucional da prisão em segunda instância. O alinhamento dos 11 ministros, involuntário ou inevitável, faz desaparecer do recinto do tribunal o  seu nome e a sua reputação política. (*)
A ficha cairia horas depois. Tratava-se, sim, de Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, o mais popular de todos. O processo tem capa: o juiz Sérgio Moro, rápido, expede o mandato de prisão".

O FIM -   "Vai prevalecer a narrativa do herói injustiçado, condenado sem provas, ou a narrativa da autoridade implacável contra a corrupção sistémica?(**)
Sem espaço aparente para diálogo ou para a construção de uma pauta positiva mínima, capaz de aglutinar esforços de renovação à direita e à esquerda, a imprevisibilidade política é total" (***)

(*) Não é bom para o STF os ministros falarem tanto. Viraram celebridades. Ao se exporem, mostram para a sociedade "que é casuísmo prender Lula porque a maioria do STF é frágil, efêmera".(LFCF)

(**) Cresce aqui dentro e lá fora o entendimento que Lula virou "um herói injustiçado". Todos sabem que a história do delator Léo Pinheiro não se sustenta. A lógica do relacionamento de empreiteiras com o poder público, é o inverso: são os empreiteiros que oferecem as vantagens. Sempre é bom lembrar que Léo Pinheiro só decidiu associar o apartamento ao ex-presidente, depois de mofar na cadeia por mais de um ano. Para quem acompanha o caso, sua intenção sempre foi reduzir sua pena. Aliás, essa tem sido a regra das delações. Só não vê quem não quer.  

(***) O chamado mercado, anda batendo cabeça. Segundo analistas, a falta de um nome forte de centro preocupa. Lula, mesmo preso, lidera todas as pesquisas. Lá fora, a imagem do Brasil é a pior possível. Lula, aos olhos do mundo, se tornou um preso politico. Por essa não esperavam... 



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