A CIA e a verdade nunca admitida: a "execução sumária"

Que vergonha para nós brasileiros. Foi preciso a CIA divulgar um documento sobre os assassinatos praticados pela ditadura, para que um pouco de luz iluminasse a nossa obscura história. Quem diria, veio dos EUA a verdade nunca admitida. Por décadas tentaram convencer a sociedade que a ditadura foi um período de prosperidade e desenvolvimento nacional. Para alguns distraídos, até hoje essa é uma verdade absoluta. Diante da fragilidade politica do governo Dilma, não mediram as consequências: voltaram às ruas pedindo a volta dos militares ao poder (*). Partidos mais a direita compraram a ideia. Candidatos também(**).

O que farão agora que a farsa acabou? Assumirão publicamente suas simpatias pelo regime que ordenou o assassinato de brasileiros, ou irão optar pelo silêncio dos inocentes? Aliás esse setor da sociedade, que busca trazer de volta o passado de atos de tortura e de execução sumária, não tem nada de inocente. Por mais vergonhoso que seja conhecer a nossa história pelos outros, o relato veio em boa hora. O impacto causado pelo relatório foi devastador. Décadas de hipocrisia foram expostas num único dia. Não há o que dizer. Segundo o relato da CIA, quem mandou matar tem nome.(***)

(*) Quem não se lembra dos movimentos que antecederam o impeachment de Dilma. Até a volta dos militares serviu de motivação. Uma vergonha. Que reflitam sobre o papel que fizeram.

(**) Jair Bolsonaro saiu com essa: "Quem nunca deu um tapa no bumbum do filho e depois se arrependeu?" É lamentável que um postulante a presidência da República pense assim. Não se trata de palmada em bumbum de criança, o que o então chefe da CIA, William Colby, afirma é que houve "execução sumária" de adversários do regime implantado em 1964.

(***)  Só agora e através dos outros, a verdade aflorou. Assim como a CIA tinha essa informação, aqui também muitos deviam ter. Só que por interesses óbvios, não queriam que soubéssemos. A sensação que temos é  que para contar a história que queriam, nos tiraram o direito de conhecer a verdadeira história.