sexta-feira, maio 04, 2018

Em Berlim, tendência foi a palavra chave



No painel dos fundos de investimento em Berlim, que movimentam mais de 100 bilhões de euros por ano, o foco foi energia renovável e mobilidade elétrica. Não chega a ser nenhuma novidade, já que se trata de uma tendência global (*). Ricardo Ribeiro, jornalista da Folha que cobriu o Salão do Automóvel de Pequim, na sua matéria reforça o domínio dos carros elétricos na grande vitrine da indústria automobilística do momento: a China. A alemã BMW apresentou seu primeiro utilitário sem fumaça, o iX3. Outras montadoras também levaram suas novidades "verdes" para Pequim. Afinal, a China é atualmente o maior mercado e o governo tem adotado medidas rígidas em relação as emissões de carbono. Para tornar o processo de descarbonização de suas cidades mais rápido, o governo também aprovou incentivos fiscais para a entrada dos carros elétricos. Com políticas públicas e o mercado que tem a China deverá liderar o processo em curso da mobilidade elétrica. (foto acima)

A impressão que tive em Berlim é de que China, Europa e USA, irão liderar o processo de transição da mobilidade elétrica. Com isso, o que era tendência vira negócio. E não adianta ficar esperando a mudança chegar. Tem que estar de olho no futuro. (**)

Ao meu ver a China vai ser o grande modelo a ser testado. Pela dimensão e pela visão de governo que contempla sempre o longo prazo. Se discute pouco na China. O Estado aprova as reformas e implementa. Não é por acaso que o programa "Boosting RE in China", o maior programa em curso de transição energética voltado para impulsionar as energias renováveis é lá. Não é por acaso que esse programa conta com o apoio da China National Renewable Energy Centre, The Danish Energy Agency and Energinet in Denmark, GIZ, the German Energy Agency (dena), Energiewende in Germany e o US National Renewable Energy Laboratory (NREL).

Um programa de transição energética na China com o apoio da Dinamarca, Alemanha e EUA, é mais que uma tendência. Se trata, pelo que percebi, de uma politica futurista que contempla empregos verdes em larga escala, avanço tecnológico, eficiência energética e cooperação entre países,  

(*) Tendência, nada mais é do que uma disposição natural das pessoas. Pode ser uma evolução. Ou até mesmo, dependendo do que está sendo tratado, um caminho sem volta. 

(**) Mais uma vez registro a vergonha do Brasil não se fazer presente no evento. O salto para o futuro exige protagonismo.  

Nenhum comentário: