sexta-feira, junho 08, 2018

A greve, o subsídio do diesel e a saída de Pedro Parente

Na abertura do 9º Seminário Energia + Limpa, dia 4, na FIESC, até que procurei me controlar na abordagem que fiz sobre a greve dos caminhoneiros, a saída de Pedro Parente e mais um subsídio para o diesel. Num evento onde o tema central era a mobilidade elétrica, não comentar a maior crise que o país passou em razão do preço do diesel: seria uma omissão imperdoável.

Sobre a greve dos caminhoneiros, ainda há muito a explicar. Com certeza um movimento sujeito a várias leituras. Sobre ele, só se tem um consenso: a incapacidade do governo de administrar o conflito. De resto, só informações desencontradas e inúmeras suspeitas. Em breve talvez se saiba  quem realmente  parou o país. No momento, em razão do que está sendo divulgado, o jogo nos bastidores foi mais pesado que a carga dos caminhões. A sociedade precisa saber as outras motivações que estavam por trás da greve e com que objetivos. É bom lembrar que até a volta dos militares passou a fazer parte da pauta. Nada mais irresponsável e explosivo, já que estamos a poucos meses das eleições. (*)

Sobre o subsídio do diesel, reivindicação dos caminhoneiros legitimada pelos reajustes abusivos,  novamente o governo errou. Ao subsidiar o diesel com recursos da União destinados a saúde, educação e segurança, o governo mostrou todo o seu descompromisso com as causas sociais. Para contornar o problema de uma greve que subestimou e se tornou refém, o governo Temer retira recursos justamente das áreas mais sensíveis da sociedade. Que vergonha!

Sobre a saída de Pedro Parente,  nenhuma novidade. Ao adotar a politica de reajustar os combustíveis quase todos os dias, Pedro Parente sabia que a corda ia arrebentar. Em poucos meses o reajuste do diesel, do gás de cozinha e da gasolina, romperam a barreira do aceitável. A reação a essa politica de preços era esperada. Ao que parece só o governo não sabia. A greve começou numa segunda-feira, e rapidamente se alastrou pelo Brasil inteiro. A proporção que tomou e o prejuízo que causou, a todos surpreendeu. Se foi coisa pensada, como alguns suspeitam, o governo precisa identificar os responsáveis. E quanto antes. Afinal, uma informação privilegiada no mercado de ações vale bilhões. Cabe lembrar que as ações da Petrobras derreteram na última semana. E não foi por causa do dólar e muito menos pelo preço do barril do petróleo, já que ambos subiram. Muito estranho...(*)

(*) A greve mal acabou e o desencontro entre as partes já se tornou público. Ao que parece negócios obscuros é que não faltam. Já não se sabe o que vem por aí. Por enquanto, as consequências da greve só nos trazem incertezas. 

(**) Dizem que a Petrobras perdeu 1/3 do seu valor na Bolsa. Como o preço do petróleo  e o dólar dispararam, o esperado é que as ações voltem a subir. Nessas horas, quem tem informação ganha muito.  

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