quinta-feira, junho 14, 2018

Carros elétricos: o Brasil na contramão dos subsídios

Enquanto na China, na Europa, nos EUA e no Japão, politicas públicas de controle da poluição estimulam o avanço de carros elétricos, no Brasil o que se discute é mais um subsídio ao diesel que ainda não chegou nas bombas. Triste, se não fosse trágico. Sem entrar no mérito da greve e as razões que levaram os caminhoneiros parar o país, cuja legitimidade já me manifestei, se libertar do petróleo e suas consequências ambientais, sociais e econômicas: é obrigação de um governo que assina acordo em defesa do clima - como é o caso do Brasil.

Os recentes estudos elaborados pela Bloomberg(*), que apontam para a próxima década a equiparação do preço do carro elétrico com o do convencional, já deveriam ter alertado o governo para essa nova tendência: mobilidade elétrica. O estudo também mostra a crescente evolução do mercado de carros elétricos no mundo: de 120 mil em 2012, para hum milhão em 2017. Duas importantes informações para o planejamento estratégico de qualquer país.(**) 

No comentário de ontem (12/6), citei as politicas públicas da França em total sintonia com o Acordo de Paris. Além de proibir a entrada de carros a diesel no mercado, também aprovou uma legislação que não permite a veículos com mais de 20 anos que circulem em Paris das 8 às 20 horas por poluírem mais. O mesmo já tinha ocorrido em relação aos ônibus com mais de 15 anos de uso.(***)

A novidade por aqui é o programa Rota 2030, um novo regime automotivo que busca a eficiência energética. A proposta visa incorporar gradativamente veículos híbridos e elétricos. O programa se arrasta e pouco se fez pela implantação de uma rede de recarga em nossas estradas, o que é o básico. 

(*) Segundo a Bloomberg, nos próximos cinco anos, as montadoras globais terão cerca de 120 modelos de carros elétricos à venda no mercado.

(**) Na época da criação do IDEAL, a Empresa de Pesquisa Energética, EPE, ligada ao Ministério das Minas e Energia, afirmava que a energia solar no Brasil só seria viável em 2030. Assim como navegar, planejar também é preciso.

(***) Na França - que possui território comparável ao de Minas Gerais -, já exstem 32 mil pontos de recarga para carros elétricos instalados, segundo o site https://chargemap.com/.
E no Brasil, quantos são? 

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