sexta-feira, novembro 16, 2018

República sem repubicanos

Embora o dia 15 de novembro seja a data que se comemora a criação da República Federativa do Brasil, o sentimento que fica é de que não passa de um feriado a mais. Percebi isso ontem (dia 15) ao  reunir uns amigos para tomar uma cerveja. Um grupo variado, que passou boa parte do tempo falando sobre os nossos problemas: contas públicas e a situação dos estados; o fim do programa Mais Médicos;  nomeação do novo embaixador Ernesto Araujo e suas consequências; a influência dos filhos junto ao novo presidente e outros assuntos mais.

Temas atuais, pertinentes e próprios da República. Como boa parte dos brasileiros depositou nas urnas sua esperança em Deus, o resultado é que estamos numa república sem republicanos. Agora, está tudo nas mãos de Deus. Das relações com o mundo, comerciais e políticas; até levar o atendimento médico às regiões mais distantes. Um desafio e tanto. 

O médico e amigo Ricardo Baratieri, um profundo conhecedor do SUS, estava entre nós. Incomodado com o fim do programa Mais Médicos, ele publicou um artigo ressaltando o esforço que um grupo de médicos abnegados fez para levar a saúde onde não havia. Nascia ali o SUS. Baratieri, por ter participado ativamente desse movimento, sabe muito bem a falta que faz um médico onde não há nenhum. Para ele o fim do programa Mais Médicos é mais um retrocesso à nossa precária saúde pública. (*)

(*) Com a saída dos cubanos do programa, o Brasil perde quase a metade dos profissionais.  Atualmente, o programa soma 18.240 vagas. Dos quais 8.300 são cubanos. Cabe ressaltar que 2000 vagas estão em aberto. O que demonstra pouco interesse dos médicos brasileiros se deslocarem para regiões distantes. Prova maior disso -  é que cerca de 1.600 municípios têm as vagas ocupadas apenas por cubanos. Só que ninguém fala disso.


PS - a noite o presidente eleito tocou no assunto dos médicos cubanos. Conseguiu piorar o que já estava ruim.  



Nenhum comentário: