Embora o dia 15 de novembro seja a data que se comemora a criação da República Federativa do Brasil, o sentimento que fica é de que não passa de um feriado a mais. Percebi isso ontem (dia 15) ao reunir uns amigos para tomar uma cerveja. Um grupo variado, que passou boa parte do tempo falando sobre os nossos problemas: contas públicas e a situação dos estados; o fim do programa Mais Médicos; nomeação do novo embaixador Ernesto Araujo e suas consequências; a influência dos filhos junto ao novo presidente e outros assuntos mais.
Temas atuais, pertinentes e próprios da República. Como boa parte dos brasileiros depositou nas urnas sua esperança em Deus, o resultado é que estamos numa república sem republicanos. Agora, está tudo nas mãos de Deus. Das relações com o mundo, comerciais e políticas; até levar o atendimento médico às regiões mais distantes. Um desafio e tanto.
O médico e amigo Ricardo Baratieri, um profundo conhecedor do SUS, estava entre nós. Incomodado com o fim do programa Mais Médicos, ele publicou um artigo ressaltando o esforço que um grupo de médicos abnegados fez para levar a saúde onde não havia. Nascia ali o SUS. Baratieri, por ter participado ativamente desse movimento, sabe muito bem a falta que faz um médico onde não há nenhum. Para ele o fim do programa Mais Médicos é mais um retrocesso à nossa precária saúde pública. (*)
(*) Com a saída dos cubanos do programa, o Brasil perde quase a metade dos profissionais. Atualmente, o programa soma 18.240 vagas. Dos quais 8.300 são cubanos. Cabe ressaltar que 2000 vagas estão em aberto. O que demonstra pouco interesse dos médicos brasileiros se deslocarem para regiões distantes. Prova maior disso - é que cerca de 1.600 municípios têm as vagas ocupadas apenas por cubanos. Só que ninguém fala disso.
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