quinta-feira, fevereiro 21, 2019

Preparem-se: a energia vai subir


Segundo o ONS, Operador Nacional do Sistema, nunca o Brasil importou tanta energia: ela veio do Uruguai, da Argentina e da Venezuela. Alguma coisa está muito errada no nosso planejamento energético. Até porque a produção de energia do Uruguai é pequena, a Argentina - se tem excedente - é por causa da recessão, e a Venezuela é uma encrenca só. Simples assim.

Não me sinto dono da verdade, mas quero provocar a reflexão devido a importância do tema: 


ENERGIA I

No final de dezembro de 2018, o país bateu seu recorde de consumo: cerca de 90 GW. Temperaturas altas e muito ar condicionado ligado. Uma situação ideal para a energia solar fotovoltaica. Já temos cerca de 60 mil sistemas ligados à rede. A Austrália tem 20 vezes mais. Impulsionar o mercado das energias renováveis - com certeza - é a melhor alternativa que temos. 

ENERGIA II

O caixa tá vazio. Investimentos públicos cada vez  mais escassos. As tarifas, que já estão altas vão subir ainda mais. O custo da energia solar e da eólica estão em queda no mundo todo. A hora é agora. É só o governo não atrapalhar que o setor dá conta.

ENERGIA III

Duas iniciativas no setor da energia solar fotovoltaica foram apresentadas nesse mês: o estudo das cooperativas solares (*) e o primeiro projeto de uma usina municipal, em Ipuaçu, no oeste de Santa Catarina (**). Municípios solares podem se tornar uma política pública para todo o país. Solarizar prédios públicos pode atender até 15% de todo o nosso consumo. Quanto às cooperativas, sempre lembro que elas tem a cara da energia solar. Só precisam de incentivo.

ENERGIA IV

As reclamações sobre o custo da energia  se estendem à todas classes tarifárias. Com o anúncio da privatização da Eletrobras essa situação só vai se agravar. Na terça-feira, 19, o governo anunciou sua postergação para 2020. Caros consumidores, não se sintam aliviados. Muito pelo contrário. Quem quer comprar, se fixa em duas coisas: o valor dos ativos e a remuneração do seu investimento no menor tempo possível.  Os ativos já estão bastante depreciados. A receita é que precisa ser agraciada com uma politica tarifária que atenda aos interesses dos investidores. Como isso não pode ser feito esse ano, o processo de privatização ficou para o ano que vem. Simples assim.

(*) Clique aqui para conhecer o estudo “Potencial de las Cooperativas de Energías Renovables en América Latina − La Generación Distribuida en Brasil, Chile y México”.

(**) Outras informações sobre o estudo para Ipuaçu serão publicadas em breve no site do Instituto IDEAL


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