Nada é por acaso
No último
comentário que publiquei, sem pretensão e conhecimento para aprofundar minha
preocupação, citei o medo e a incerteza como política de Estado. A princípio
algo impensável para um governo de 100 dias. No entanto o somatório de trapalhadas e a
desatenção com elas, pode ser coisa pensada. Na luta pelo poder, nada é por acaso.
Se for assim,
todo o cuidado é pouco. Imaginem o risco que corremos diante de um futuro
desenhado e projetado dentro dessa lógica maquiavélica, onde não se sabe
diferenciar o “mocinho do bandido”. Ou, pior: se há “mocinho” nessa história.
Os desencontros
que assistimos nas últimas semanas entre os poderes da República são
preocupantes. Uma leitura mais atenta sobre o que está acontecendo, nos faz
pensar o pior. O silêncio que está nas ruas está
muito mais associado ao medo e a perplexidade, do que a um sentimento de
esperança em relação ao nosso futuro.
A economia,
principal termômetro do mundo globalizado, não reage. Como consequência, não há
frete para os caminhoneiros e muito menos emprego para boa parte dos trabalhadores. Claro que o governo sabe
disso. E também sabe, que: mão de obra informal e a precarização do trabalho formal, são fatais para
um regime previdenciário perene e autossustentável.
A história nos
ensina que quando os governantes conhecem o problema e mesmo assim ocultam suas consequências do povo: é porque querem nos manter inseguros e com medo. Agora, então, com a velocidade da informação, tudo ficou ainda mais fácil: basta
tuitar. (*)
(*) Ciro Gomes, 20/4 (Huff Post) : "É orgânico ao Bolsonaro, na sua compreensão de vida, essa completa falta de comprometimento com qualquer coisa séria".
PS - Comentei no blog, 17/4, o tiro no pé que o presidente do Supremo, Dias Toffoli, deu ao fazer uso da censura. A mídia, juristas, políticos, procuradores e juízes vieram com tudo. Só que a grande maioria deles - se calou - diante da censura prévia do ministro Fux, que impediu a Folha de entrevistar o presidente Lula durante a eleição passada. Nada é por acaso.
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