segunda-feira, setembro 09, 2019

Amazônia: para te salvar, só a pressão da opinião pública.

Embora a floresta amazônica continue ardendo em chamas e as árvores permaneçam sob ataque das motosserras, se percebe algo além de fumaça no ar. A reação da sociedade sobre o crime ambiental que está sendo praticado trouxe esperança. O posicionamento da Igreja Católica, com o aval do Papa Francisco, foi decisivo. Como decisivo também foram as inúmeras manifestações do mundo todo a favor da preservação da floresta.

O governo, preocupado com as pesquisas de opinião pública, recuou. A arrogância do ministro Ricardo Salles e a falta de bons argumentos sucumbiram às manifestações que ocorreram dentro e fora do Brasil. De alguma cabeça pensante deve ter vindo a orientação de parar com o insano enfrentamento. Ainda assim é preciso estar atento e resistir. 

Um dos principais responsáveis pela péssima imagem que o Brasil deixou nesse episódio foi, sem dúvida, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. No domingo, 8/09, ele escreveu na Folha de S.Paulo no caderno de opinião. Li e reli o que o ministro escreveu. A impressão que me deu é que tem dois "Ricardos": o que fala e o que escreve. O que fala segue a linha do seu chefe. O que escreve tem mais a ver com o "me engana que eu gosto".

Para não tomar muito tempo dos que acessam o blog, identifiquei no último parágrafo do extenso texto do ministro a síntese do "me engana que eu gosto": "Em meio a tudo isso, buscamos reestruturar a gestão do meio ambiente. Fomos eleitos para desmontar o aparelhamento ideológico. É o que está sendo feito, e isso é fundamental para seguirmos cuidando do meio ambiente de maneira eficiente e bem sucedida". (*)

(*) A que aparelhamento ideológico o ministro Salles se referia? Às ONG's que foram denunciadas sem qualquer prova ou o grupo de fazendeiros do Pará que organizou o "Dia do Fogo"?





Nenhum comentário: