Em tempos de pandemia a gente tem que se reinventar. Os meses passam, corpo e
mente precisam de animação. Nada muito complicado, desde que levado a sério. O
que fazer com braços e pernas, a gente até sabe. Já a mente exige um pouco
mais de atenção. Com uma demanda crescente nas redes sociais, veio uma
preocupação. Se de repente me perguntarem quem é o pior ministro do governo
Bolsonaro? As opções são tantas, que a resposta não é fácil. Então porque não
pensar sobre isso...
Uma viagem no tempo me leva reunião ministerial do dia 22 de abril, em
Brasília. De todas as infelizes intervenções, ao meu ver, a mais grave delas
foi a do Ricardo Salles. Sua tamanha desfaçatez em propor ao governo que
aproveitasse o momento, quando as atenções estão voltadas para o coronavírus
- "e passa a boiada".
A exposição de Salles foi determinante na minha escolha do pior ministro.
Outra preocupação que pesou na decisão, foi a percepção de que os malfeitos no
meio ambiente são para sempre. Uma árvore secular cortada, uma queimada
criminosa, um rio destruído pelo garimpo ilegal, são marcas que ficam na nossa
memória. Vide Mariana e Brumadinho.
Sem ação de fiscalização efetiva, com o Ibama reduzindo as sanções, a pressão
nas áreas de preservação permanente e reservas indígenas - só cresce. Como
também cresce as canetadas do governo sobre o meio ambiente na pandemia,
a chamada "passa boiada" de Salles.
Segundo levantamento feito pela Folha, entre março e abril deste ano,
comparado com o mesmo período de 2019, os atos publicados pelo Executivo em
relação ao meio ambiente foram 12 vezes maior. Entre decretos e
normativas: 16 no ano passado e 195 agora.
Com o texto já revisado, pronto para ser liberado, ainda bem que me deu um
estalo: nesse desgoverno, não existe o pior ministro. A pergunta inicial
que motivou o comentário, estava errada. Só percebi ao voltar a cena da
reunião do 22 de abril. Bolsonaro deixou claro que não tem uma equipe, tem
seguidores. A regra é essa, quem faz parte do ministério está ali para cumprir
suas ordens. Claro que uns são mais servis do que outros, mas é só um
detalhe....
PS - Com um ministro da Economia que vai deixar como legado, um rombo nas
contas públicas e um exército de desempregados; um ministro nas Relações
Exteriores, que isola o Brasil e só vê comunista; um ministro da Justiça,
o passado e o atual, com atitudes pouco republicanas; um Ministério da
Saúde, sem ministro, mas chegando nas 100 mil mortes. Enfim, fica o
registro de uma triste história para se contar. O Brasil não merecia
passar por isso.
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