terça-feira, outubro 27, 2020

Energia Solar, a cara do cooperativismo

Embora muitos ainda não percebam, a energia solar é a cara do cooperativismo. Em breve essa nova forma de se apropriar da energia do sol, vai ganhar escala. Até porque é  um caminho sem volta. Basta um grupo de pessoas interessadas no negócio formarem uma cooperativa solar. A usina vai ser montada conforme a disponibilidade de cada um.  Com a usina instalada e operando, os cooperados passam a receber uma energia limpa e renovável na sua casa. De uma forma bem resumida e com o intuito de despertar a curiosidade, cooperativismo solar é isso. 

Na última terça-feira, 20, a parceria que vem sendo construída entre a DGRV, o Instituto IDEAL, o Fotovoltaica/UFSC e o sistema  OCB, apresentou sua nova plataforma. Num evento que foi além das nossas fronteiras, a plataforma "energia.coop" agora é uma realidade. Depois de quase um ano ajustando o que se queria, se chegou ao objetivo da plataforma: socializar o conhecimento, criar oportunidades de negócio e dar visibilidade às cooperativas solares. 

Quem conduziu a abertura da webinar de lançamento, foi Camila Japp (DGRV Brasil). Na sequência, as apresentações de: Marco Morato (OCB), Ricardo Ruther (fotovoltaicaufsc/Instituto IDEAL), Kalina Nerger (DGRV Alemanha), Simon Heinken (DGRV Alemanha) e Kathlen Schneider (Instituto IDEAL).

A situação da Alemanha relatada pelos representantes da DGRV, é bem distinta da nossa. O cooperativismo nasceu na Alemanha e tem mais de duzentos anos de tradição. Só em 2019, foram criadas 14 novas cooperativas de produção de energia elétrica. No total já são 843 cooperativas, que geraram 8,3 TWh em 2019. Em plena sintonia com o governo da Alemanha e seus compromissos com as mudanças do clima,  o cooperativismo alemão evitou emitir 3,4 milhões de toneladas de CO².

Por aqui estamos começando, mas bem animados: temos conhecimento, a cultura do cooperativismo e boas condições de insolação. Com o interesse demonstrado no lançamento da plataforma, o caminho está aberto. Iniciativas pioneiras já consolidadas e em expansão, como o caso da Enercred em Minas Gerais, confirmam o sentimento que as cooperativas solares são um grande mercado a ser explorado. 

A Enercred é uma plataforma que identifica pessoas interessadas em consumir energia limpa. Começou em 2018 com 23 cooperados, hoje tem 9000. O objetivo é chegar em 2021, com 100 mil. Nesse modelo de negócio, o cooperado não é dono da instalação. Ele apenas paga por uma taxa de adesão, que é simbólica. Com o grupo formado,  a Enercred busca o investidor que vai ser o dono da usina. Com a demanda antecipadamente contratada, a Enercred consegue negociar a tarifa. Nesse plano de negócio,  transparente e participativo, todos ganham. Inclusive o planeta.


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