sexta-feira, novembro 20, 2020

Apagão no Amapá, todos tem uma parcela de culpa

 Entrando na terceira semana do apagão no Amapá, o que se vê é uma tragédia em  que todos perderam.  Um caso único, onde cada um dos envolvidos tem uma parcela de culpa. A lista é grande, vai do Bolsonaro ao eleitor do Amapá. Para falar das causas técnicas, cabe a EPE, ONS e Aneel explicar o ocorrido. Já sobre as questões políticas do apagão, segue o que penso:

BOLSONARO -  Um Estado sem energia elétrica, agoniza há três semanas. Até sexta, dia 20, Bolsonaro ainda não tinha aparecido por lá;

BENTO ALBUQUERQUE - O ministro das Minas Energia quando fala, não esclarece o ocorrido. Pelo cargo que ocupa, não pode se esquivar da responsabilidade;

ELETROBRAS - Em pouco tempo passou da cabeça gestora do setor elétrico, a um balcão de negócios. Com Guedes, a situação ficou mais evidente, sua especialidade é vender ativos abaixo do preço;

ELEITORES - Os amapaenses, com todo respeito, precisam saber em quem votam. Voto tem consequência. Em 1990 elegeram Sarney para senador. Pouco fez e ainda foi reeleito. Pasmem, Sarney é do Maranhão; 

PRIVATIZAÇÕES - a empresa responsável pelo serviço é de um fundo de investimento espanhol. O blecaute que atinge o Amapá há três semanas se deu na subestação de Macapá, concedida à empresa Macapá Transmissora de Energia (LMTE), mantida pela companhia espanhola Isolux. A grande questão à ser apurada é se havia condições técnicas/econômicas de se entregar a essas empresas; a responsabilidade de abastecer com confiabilidade o sistema elétrico do Amapá. 

PS - No Rio Grande do Sul, a Eletrobras vendeu seus parques eólicos em Santa Vitória do Palmar por um preço muito abaixo do valor. Na segunda-feira, 16, o governador Eduardo Leite, anunciou a venda da  CEEE "por um preço simbólico". Por coincidência, a Aneel está autorizando um reajuste nas tarifas da CEEE bem acima da inflação. Mais um negócio obscuro em curso: o investidor paga pouco e ainda ganha um reajuste tarifário para melhorar a receita. Vale a pena os gaúchos ficarem atentos. 


Um comentário:

Unknown disse...

Vamos de mal a pior. Até quando?
Privatização de monopólio é forma moderna de exploração de um povo.