Desde quando o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na reunião ministerial do dia 22 de abril de 2020, declarou que o "negócio é abrir a porteira para a boiada passar", num claro incentivo à impunidade ambiental, a posição tomada pelo blog foi de indignação e de cobrança pelo seu afastamento. Inúmeras vezes ficou registrado nesse espaço que "a situação do ministro Ricardo Salles era insustentável".
Ainda bem que caiu, não que isso vá impedir as ameaças ao meio ambiente, a desarticulação proposital dos órgãos de fiscalização, a falta de recursos para preservar nossos bens naturais e muito menos reverter a política do descaso com o meio ambiente promovida pelo governo Bolsonaro. Salles soube cumprir os desejos do chefe como poucos. Já vai tarde.
Salles vai ter muito para explicar junto a PF, MP, TCU e STF. Sem o mandato, tudo fica mais difícil. Sua arrogância em nada vai ajudar. Para Bolsonaro, Salles é apenas mais um ministro a ser descartado. Na hora do aperto aproveitou o momento para desviar a atenção da CPI da Covid, onde está em jogo o seu futuro. A novidade da semana é a apuração sobre um possível crime na compra da Covaxin.(*)
Para nós que escrevemos quase todos os dias, o que não falta é assunto. Não podia deixar de registrar a saída de Salles, até porque o que fez não pode ser esquecido. Outros temas relevantes de hoje, 23, ficam para depois. Quero voltar com o tema da privatização da Eletrobras e de suas consequências. Assim como fiz com Salles, quero focar no presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), e suas declarações sobre energia elétrica. A sociedade precisa saber o que está por trás dos "jabutis" aprovados com o aval de Lira.
(*) No Congresso existe uma lenda: "CPI se sabe como começa, mas não se sabe como termina". A Covaxin que até então ninguém comentava, passou a ser a bola da vez.
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