sexta-feira, julho 16, 2021

Câmara limita os supersalários. Até que enfim!

 Na última terça-feira, 13, a Câmara aprovou a limitação dos supersalários. Ainda bem, as distorções entre o funcionalismo são indefensáveis. As artimanhas para ganhar acima do teto (39 mil reais) ninguém consegue defender. Os números apontam para uma redução de 3 bilhões de reais por ano. Como são poucos os servidores que extrapolam o teto, estamos falando de uma considerável bolada extra para o felizardo. Algo impensável num país que empobrece a olhos vistos, com o desemprego crescendo  e a informalidade aumentando. 

Sobre o tema faço questão de registrar minha opinião porque às vezes os "beneficiados" alegam que há uma sustentação legal na incorporação do benefício. Se agarram no que podem já que são incapazes de olhar para a dura realidade do país. Estudos recentes mostram que os salários perderam poder de compra em razão de um reajuste baixo, ou até mesmo inexistente, e a inflação em alta.

Segundo o Dieese e a Fipe, pelo quarto mês seguido  mais da metade das negociações fechadas com empresas resultaram em reajustes menores que a inflação. O salário mínimo, que é a grande base da pirâmide salarial, não consegue atender as necessidades mínimas do trabalhador. Já foi 400 dólares e hoje está em 200 dólares. Só a compra de um botijão de gás por mês já compromete 10% do SM.

Sem querer fazer comparações, o que se viu durante a semana no mundo, as  manifestações no Haiti, Cuba, África do Sul, Chile e Colômbia, servem de alerta. A  fome, a miséria, um sistema de saúde precário, a falta de emprego e de esperança tem limite. As  grandes mobilizações de rua só acontecem quando existe uma forte motivação.  

Não tenho conhecimento suficiente para entender a origem dos conflitos. Nem todos são iguais no nascedouro. Só sei que as questões sociais, climáticas, epidemiológicas, humanas vão nos pressionar cada vez mais. A dúvida que tenho é se estamos preparados para enfrentá-las.  Acho que não. 

PS - Não custa lembrar que o estopim que tirou Dilma do governo, não foram "as pedaladas". Tudo começou com o aumento de 20 centavos nas passagens de ônibus na cidade de São Paulo. Com o povo na rua o resto veio depois.  

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