O day after, 8/9, é um marco na nossa história. Analisar Bolsonaro e seus seguidores pode nos unir. Estudiosos, jornalistas, políticos, magistrados, advogados e blogueiros têm o compromisso de mergulhar na crise institucional estabelecida e encontrar saídas confiáveis e sustentáveis para o futuro do Brasil. Como está não dá para ficar.
Sem uma pauta definida a marcha da insensatez ofuscou as comemorações do Dia da Independência. Quem não deve ter gostado disso foi o comando militar, que gosta de ver os tanques desfilando e os soldados marchando. Logo vai se saber o que se passou nas internas. Quando um governo chega no fundo do poço, sem um projeto para a nação, dando repetidas sinalizações de que não quer sair dessa situação, a responsabilidade passa a ser de todos. Só alguém de muita má fé pode achar que um país vive de intrigas e bravatas.
O jornal britânico The Guardian, um dos mais influentes do planeta, destaca que entre os fanáticos seguidores de Bolsonaro muitos consideram o mito "um enviado de Deus". Figuras do meio político e acadêmico também foram ouvidas, alertando que a intenção do presidente brasileiro é tentar projetar uma falsa sensação de força, justamente no momento em que ele está mais fraco desde sua posse, em 2019. As imagens do dia 7 são pra isso. (*)
As ameaças golpistas do governo Bolsonaro, agora concentradas no STF, foram destaque na imprensa internacional, pelo retrocesso que representam. Grandes jornais registram a preocupação de governadores sobre um possível levante das policiais estaduais, num profundo desrespeito ao juramento que prestaram. Uma contaminação silenciosa, que Doria recentemente enfrentou em São Paulo. (**)
Com o país de cabeça para baixo esperar o bom senso dos que seguem cegamente os desatinos de Bolsonaro, não faz sentido. O que falar para um líder dos caminhoneiros que mobilizou uma categoria para um ato que não fala do preço do diesel e do valor do frete. Que se dispõe a interromper a estrada, mas que se cala diante do general que preside a Petrobras e aumenta o preço dos combustíveis. (***)
A esses que participaram do Dia Nacional da Insanidade, só cabe perguntar o que eles acham: do Salário Mínimo, que já foi 400 dólares e agora é 200; da gasolina a R$ 7,00 o litro; da carne a R$ 50,00 o kg; do gás de cozinha que já passou os R$ 100,00; da energia elétrica, que nem o ministro das Minas e Energia sabe o preço de amanhã; dos 580 mil mortos por covid, que nem o ministro da Saúde sabe como vai acabar; do dólar a R$ 5,35, que nem o ministro da Fazenda sabe o câmbio no fim do mês; da corrupção sem fim na compra de vacinas, que de tantos envolvidos - a culpa vai acabar caindo no moto boy!
PS - O Brasil livre que queremos, não passa por Bolsonaro. A agenda do futuro é integradora, respeita povos e países, valoriza o conhecimento e a ciência. É na sua essência libertária, só ela pode nos unir e nos fazer sonhar.
(*) Bolsonaro sabe que não vai ganhar a eleição. Por isso seu alvo é o Poder Judiciário, o mesmo que afastou Lula da eleição de 2018, permitindo sua chegada ao Poder. Seu Jair, que ingratidão...
(**) Em Santa Catarina, um dos estados mais bolsonarista do país, advogados catarinenses pedem investigação de PMs em manifestações golpistas. Em nota, os advogados assinalam que, na sexta-feira (3) o Ministério Público de Santa Catarina informou estar investigando supostos apoios a atos antidemocráticos por policiais militares catarinenses. Com a palavra o comandante Moisés...
(***) Pelo que foi amplamente noticiado o salário do general Luna, o novo presidente da Petrobras, foi parar na Lua - mais de 10 salários mínimos por dia. Bolsonaro não fala nada. O anterior, que não era general, Roberto Castelo Branco, foi afastado porque ganhava muito. E agora...
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