segunda-feira, março 07, 2022

A CELESC tem que se reinventar

O grande momento da Celesc se deu na sua criação, em 1955. Em 1960, o então presidente João Goulart inaugurou a Usina Hidrelétrica Garcia, em Angelina. Um acontecimento. Na sequência, durante o governo Celso Ramos a Celesc avançou em geração e distribuição. Atualmente a Celesc tem 3 milhões de consumidores, comercializa e distribui 13 TWh de eletricidade. Só que depende 90% da energia produzida pelos outros. São bilhões de reais por ano que saem da economia do estado para pagar dividendos de acionistas lá de fora. Não sei se todos sabiam disso, mas a Celesc precisa se reinventar e os catarinenses tem que apoiar. É muito dinheiro que sai daqui todos os anos. (*)

Se isso é verdade, o que fazer? Propor algo novo, uma iniciativa com os pés no chão e um olhar "fora da caixa". Como sempre acontece quando se quer romper com a "normalidade", vai se enfrentar grandes desafios e fortes reações. A primeira coisa a fazer é  conscientizar e convencer os catarinenses que é possível. Sem eles é quase impossível mexer nesse vespeiro. Reconheço que para a próxima eleição o tempo é insuficiente para o convencimento, mas a hora de começar é agora. 

Quando se sinaliza com mudanças, o sistema se fecha. A chamada zona de conforto reage e as dificuldades de se obter dados oficiais logo aparecem. O que posso dizer é que estamos falando em algo como bilhões de reais que deixam de circular por Santa Catarina, gerando renda e emprego. O assunto vai demandar tempo e muita capacidade de convencimento. Uma boa pauta para um ano eleitoral. Pelo menos é uma política do bem, que não envolve emenda parlamentar como a gente costuma ver por aqui. (**)

(*) João Goulart veio ao Estado para inaugurar a usina Garcia, que 70 anos depois ainda opera. Já com Bolsonaro, as visitas têm outro objetivo: são programações mais lúdicas.

(**) E por falar nisso, o que é o  silêncio dos nossos senadores ???     

PS - O Instituto IDEAL, criado em 2007, com sede em Florianópolis, já participou de iniciativas como os Telhados Solares, Indústria Solar, Municípios Solares e as Cooperativas Solares. Os resultados ficaram abaixo das nossas expectativas. Os projetos precisam ser retomados dentro de outra realidade, a da  energia escassa e cara. De forma muito resumida o que estamos propondo para a Celesc é em vez de comprar energia, passar a administrar grandes excedentes de energia solar gerado e disponível no estado. Em breve volto a falar sobre isso. 

     

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