foto - SINERGIA
A cada dia que passa fica mais visível os interesses que estão por trás do atual governo. A reeleição. Para tanto fazem qualquer coisa para atender os seus. A falta de transparência permite essa condição. Sem um olhar para os que mais precisam, o bem estar é para poucos e as oportunidades também. Como essa opção não dá voto, por trás se movimenta o Estado com seus instrumentos, para uma alienação coletiva nunca antes vista.
Ao traçar esse breve e trágico resumo, a motivação se deu pelo embuste que estamos vivenciando ao longo do atual governo com a privatização da Eletrobras. Em nenhum momento se pensou nos consumidores que terão enormes dificuldades de pagar uma energia dolarizada. Só esse pequeno detalhe seria suficiente para barrar todo o processo. Técnicos do setor sabem disso e já se manifestaram oficialmente. Só que o controle de tudo não passa pelas mãos de quem conhece, está sob a guarda do que há de pior na sociedade: os vendilhões de sempre.
Gente que pensa em dólar e não em real, congressistas que legislam conforme o interesse de seus amigos. Sem qualquer pudor incluem "jabutis" como se fosse atribuição deles planejar o setor elétrico. Anunciam usinas a gás onde não há gás, nem demanda e nem gasoduto. Encobrem esse desatino da sociedade porque sabem qual seria a reação. O custo de tamanha ousadia será paga pelos consumidores de energia elétrica por décadas - em dólar. São bilhões de dólares por ano que serão pagos por nós. Pelas regras estabelecidas, nenhum fundo de investimento que vier a comprar parte Eletrobras terá que arcar com a rede de gasodutos. Que, aliás, ninguém sabe quanto custará. (*)
O reajuste tarifário que vem impactando no custo da energia, também faz parte do roteiro. Para atrair investidor tem que mostrar um fluxo de receita crescente e convincente. Nada melhor para isso que aumentar as tarifas. Historicamente a Aneel tem sido generosa a ponto de autorizar um índice sempre acima da inflação. Na semana da privatização, potenciais interessados em comprar parte da Eletrobras ficaram sabendo, por exemplo, que no nordeste o reajuste será de 17% e no sudeste de 13%. (**)
Aos interessados nesse negócio obscuro fiquem atentos. Se não sabem, 2/3 da população brasileira não tem como pagar o botijão de gás e a conta da energia elétrica. Gasolina nem se fala, quem tem carro tá com ele parado.
Por fim, a invasão da Ucrânia que abalou a economia global trazendo grandes incertezas. A recessão já é uma realidade e a alta da inflação também. Em termos energéticos as consequências ainda são maiores. O desabastecimento é um fato e o equilíbrio da oferta com a demanda foi para o espaço. A encrenca mal começou. A Rússia é o maior produtor e exportador de gás natural do mundo. (***)
(*) O presidente da Câmara, Arthur Lira, do Centrão, pai dos "jabutis", é um cara de pau. No dia seguinte que o TCU liberou a privatização da Eletrobras resolveu dar um ultimato para que o governo segure o preço da energia elétrica. (FSP, 19/5)
(**) Quem se deu bem foi o Diretor Geral da Aneel, André Pepitone. Foi indicado por Bolsonaro para ser diretor da Itaipu. Um dos cargos mais cobiçados do setor elétrico.
(***) Não costumo comentar as guerras. Só ganha quem fabrica armas. No caso em questão como se trata das incertezas e consequências energéticas, abri uma exceção. Os dados são de um recente artigo de uma fonte isenta. Zelmute Marten, um amigo que tenho estudioso das relações internacionais e da transição energética.
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