Para quem não sabe, Juscelino Kubitschek não era general do Exército especializado em logística: era médico. Quando perguntado sobre a localização de Brasília, respondia: porque fica no meio do Brasil. Setenta anos depois, aviões da FAB transportam os infectados do Norte para serem atendidos no Sul. Quando o certo seria evitar grandes deslocamentos.
Alguém já se colocou num voo destes, que angústia. Os voos são de longa duração, levando pessoas muito debilitadas; que não sabem para onde estão indo e nem se voltam. Perto de completar um ano, a logística do Ministério da Saúde mostra toda sua fragilidade. A alternativa apresentada pelo ministro Pazuello, é surpreendente: bota num avião da FAB e leva para outros estados. Só que em Manaus os infectados são milhares. (*)
Não sou médico nem general, mas alguma coisa está "fora da ordem". Como explicar que ainda não temos um Hospital Nacional em Brasília, só para atender os casos emergenciais e as novas variações do covid que estão chegando. Ao que parece, o óbvio não se aplica neste desgoverno. (**)
Quem acompanha o país que pior administra a pandemia, sabe nossas reais preocupações: as vacinas em si, a lentidão na campanha de vacinação e as mutações do covid 19. Com o passar do tempo, percebe-se que a grande incerteza está na chamada "novas linhagens" do vírus. Reconheço minhas limitações sobre o assunto, mas coisa boa não é.
Para o médico infectologista e professor titular da Faculdade de Medicina da USP, Esper Kállas, há uma crescente percepção no meio científico de mudanças genéticas do vírus. Segundo ele, o vírus dá sinais "de buscar um caminho comum que resulte em maior capacidade de multiplicação e transmissão."
Outro renomado doutor em ciências pela USP, Atila Iamarino, escreve: "Por que agora e em Manaus?" Sua preocupação está nas novas variantes do vírus no norte do país. Para ele, Manaus está sem controle: os milhares de mortos pela negligência foram em vão. (Fonte: FSP - 3/2)
(*) Segundo Vinicius Sassine, "Em 24 dias, 37 transferidos de Manaus morreram. Médicos e gestores ainda não sabem se pacientes, que tiveram piora rápida, foram infectados com a nova variante". Quanto improviso. As mortes serão cobradas.
(**) O Brasil sempre foi referência mundial em programas de vacinação em massa. Com Bolsonaro e Pazuello deu no que deu...
 
 
 
Um comentário:
É a triste realidade. Pelo menos 40% dos 230.000 mortos até agora poderiam ser salvos com um governo atuante e competente.
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