quinta-feira, agosto 30, 2012

Montevidéu: foro de las Ciudades Sustentables

Hoje, em Montevidéu,  participei de um importante debate sobre as cidades do futuro. O auditório ficou pequeno para ouvir o que especialistas estão falando sobre as cidades sustentáveis. Promovido pela Câmara do Comércio e Indústria Uruguai/Alemanha, com o apoio da Embaixada da Alemanha e patrocínio da Siemens, o evento contou até com a presença do presidente Mujica. A Siemens criou um novo setor específico para estudar e apresentar soluções para os grandes problemas urbanos. Só nesta nova área a Siemens emprega mais de 80 mil pessoas e tem exemplos bem interessantes de como levar a inteligência para a gestão dos grandes centros urbanos. Afinal, são as cidades que abrigam mais da metade da população do planeta....... e o número cresce a cada dia.

A Intendenta de Montevideo, Ana Oliveira, explicou que três cidades da América Latina estão servindo de modelo para um desenvolvimento urbano sustentável: Goiania, Panamá e Montevidéu. Com o apoio do BID, 36 ítens relacionados a sustentabilidade de uma cidade são monitorados. Fazem parte desse monitoramento: ruído, lixo, água, saneamento, segurança, gestão pública, saúde, educação, conectividade, qualidade do ar, oportunidade de emprego, espaço público entre outros. Para minha surpresa, a intendente comentou que Montevidéu é a cidade "mais saneada" da América Latina. Noventa e três por cento das casas tem saneamento. O índice de analfabetismo é zero e a mobilidade urbana está bem acima da média.

Um excelente foro e um bom momento para se debater as cidades do futuro. Do Brasil não vi ninguém. Devem estar envolvidos com as eleições. Acho até que perderam uma boa oportunidade de valorizar seus programas no horário eleitoral.





quarta-feira, agosto 29, 2012

A Síria e a Primavera Árabe

Talvez leve décadas para se entender a dimensão do movimento político/social, denominado "Primavera Árabe". Talvez leve semanas ou meses para que se encerre a violenta guerra cívil que se estaleceu na Síria. Talvez, para nós simples mortais, não cheguem nunca as respostas para tantos desencontros. Os conflitos na Síria já duram 17 meses. O número de mortos estimado em 17 mil. O governo de Bashar Assad, não dá sinais de trégua.

Para quem acompanha o noticiário fica sempre uma dúvida: estamos diante, mais uma vez, de um conflito por governança global, envolvendo a geopolítica e os interesses econômicos em áreas estratégicas de grandes reservas de petróleo, ou dessa vez trata-se de um enfrentamento motivado pela cidadania e pelo esgotamento de regimes autoritários estabelecidos por décadas na região?

A busca por respostas move cientistas políticos e acadêmicos,   que estudam a Primavera Árabe como um dos grandes acontecimentos dessa década. Segundo Marcelo Coutinho, professor de relações internacionais da UFRJ, as teorias civilizacionais que existiam até então, como as de Bernard Lewis e Samuel Huntington, afirmavam ser impossível esse tipo de coisa acontecer nas sociedades mçulmanas. Só para lembrar, na Líbia de Gaddafi, já fizeram eleições. Os líbios foram às urnas e elegeram um governo moderado, comenta o professor Coutinho.


 
  

terça-feira, agosto 28, 2012

Tecnologia e agroindustria

Aproveitando meu comentário anterior, dois exemplos recentes mostram  a importância do tema:

- TECNOLOGIA, a Vale do Rio Doce, em parceria com a USP, desenvolve uma tecnologia única no mundo: são bactérias e fungos capazes de comer cobre. A idéia é lançar as bactérias nos imensos reservatórios de rejeitos do processo de extração do cobre, onde a bacteria ou o fungo iriam se alimentar do cobre que permanece no resíduo. Nesses grandes lagos, onde são depositados os resíduos do processamento do cobre, estima-se que há 90 milhões de toneladas de detritos. O teor residual de cobre nos detritos é de 0,07%. Esse seria o alimento das bacterias. Ao preço atual do mercado, as bacterias devidamente alimentadas pelo cobre, dariam a Vale um retorno de 1,4 bilhões de reais. O meio ambiente e os acionistas da Vale serão eternamente gratos as simpáticas bacterias.

- AGROINDUSTRIA não havendo renovação dos canaviais, o rendimento pode cair até 10% ao ano. A produção tem caído não só pela clima, mas também por falta de investimento no setor. A produção desse ano deve ficar em 24 milhões de toneladas. O mercado brasileiro de cana de açucar é um dos dinâmicos em função da diversificação de sua agroindustria para produzir açucar e etanol. O Brasil e os EUA, maiores produtores e consumidores de etanol, graças aos seus respectivos mercados internos estão numa situação bem mais confortável que os demais países.  (Fonte:FSP)  

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segunda-feira, agosto 27, 2012

"qual é a nossa praia"

O envolvimento com as energias limpas e a eficiência energética, compromisso do Instituto IDEAL, tem nos levado para o mundo da inovação tecnológica e de políticas públicas voltadas para o futuro do país. Acompanhar o que está em andamento ou em prospecção, faz parte das nossas atividades. A entrevista de Mônica Baumgarte, economista, diretora do Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças, nos obriga a pensar sobre o melhor para o Brasil. Num posicionamento polêmico, Mônica sinaliza que pode ser um engano querermos competir em tecnologia de ponta. Segundo ela, o mundo globalizado, não permite que os países sejam competitivos em todas as áreas. Isso, se verdadeiro, nos leva a primeira reflexão: qual é a "nossa praia" nesse tabuleiro de interesses. O jogo lá fora é pesado. A escolha errada pode signifar uma estagnação econômica, desemprego em massa e uma geração perdida.  Voltando para a entrevista de Mônica, que também é professora da PUC-Rio, fica claro que para ela o setor da agroindustrial é a vocação natural do Brasil. Lembra, que mesmo com a infraestrututa em frangalhos conseguimos escoar nossa produção de grãos e carnes com preços bem competitivos.

Como contribuição a importância desse debate, e sem discordar de que o setor da agroindustria é a vocação natural do Brasil, deixo registrada minha convicção de que não há futuro para as novas gerações se não tivermos uma política de estado comprometida com a inovação tecnológica.  O Brasil precisa investir bem mais do que investe em pesquisa e desenvolvimento. O conhecimento será determinante na superação dos desafios que as nações estarão submetidas nesse século.

sexta-feira, agosto 24, 2012

Dia do sol.

Hoje, em Florianópolis, foi um dia quente e encoberto. O sol, como se estivesse envergonhado, resolveu nào aparecer. Referenciado na distante Terra, pelo seu imenso potencial energético, o "dia do sol" foi muito festejado na Eletrosul. Nem a cinzenta manhã atrapalhou a assinatura do contrato que fará a sede da empresa no primeiro prédio público totalmente solarizado. Para nós, do Instituto IDEAL, o desafio agora é levar esse modelo de aproveitamento da energia solar para outros prédios, públicos ou privados, no nosso continente. Por uma feliz coincidência, nessa sexta cinzenta, o Canal Energia, principal site de energia do país, numa reportagem especial, destaca a importância do projeto "Estádios Solares", do Instituto IDEAL. Lembrado pelo site como "um gol de placa" a matéria destaca que projetos que incentivam a geração fotovoltaica no país podem ser o primeiro passo para a implantação de uma indústria solar.

quinta-feira, agosto 23, 2012

Amigos para sempre

Começou o horário eleitoral. Aproveite, é um bom momento para voce se atualizar. Na TV, voce vai poder se surpreender. Inimigos históricos, passam a ser "amigos para sempre". A bem da verdade, esse tipo de amizade não dura muito. Quase sempre o prazo de validade vai até a próxima eleição.  Essa "promiscuidade afetiva", tão presente em época de eleições, contribui para afastar as pessoas da política. Sem querer identificar responsáveis, sinto que esse desvirtuamento da boa política se agravou nos últimos anos. Os partidos se descaracterizaram, perderam sua ideologia, abandonaram suas  bandeiras, e sem qualquer constrangimento deixaram seus seguidores desorientados. Militantes, viram referências históricas se perderem pelo caminho. Os dicursos e as promessas se aproximam, e  o leitor, cada vez mais desmotivado,  perde a vontade de votar. O que me impressiona e me incomoda, é que os partidos optaram por essa má prática política. Para ganhar o poder, vale tudo.  

quarta-feira, agosto 22, 2012

Caminhar faz bem.....muito bem.

Nos quatro anos que fiquei em Brasília, o trajeto para a Câmara era feito a pé. Na ida e na volta.  A caminhada passou a fazer parte do meu dia. Até hoje procuro fazer tudo que posso a pé. No meu caso, esse saudável hábito me faz caminhar 10 km por dia. Depois que voce incorpora  essa condição de "andante",  nada mais te tira das caminhadas diárias. Nem mesmo as péssimas condições das  calçadas ou os riscos que se corre ao atravessar uma faixa de pedestre.

Resolvi comentar sobre esse "bom vício" depois de ter lido que caminhar pode ser melhor até que correr. O corpo corre menos riscos; melhora a condição cardiovascular; previne doenças cardíacas; acelera perda de gordura; não sobrecarrega as articulações; estimula a circulação sanguínea; diminui os níveis de colesterol ruim. E se não bastasse - tira carros das  ruas saturadas!

Faça um teste: voce pode ir ao banco, a padaria, ao barbeiro, ao supermecado, a farmácia, a feira e tantos outros lugares caminhando. Basta se programar. O tempo é menor do que voce acha. E o prazer da caminhada é bem maior do que voce pensa.
  


terça-feira, agosto 21, 2012

E as teles....


Outro dia li que 10 em cada 10 usuários já se incomodaram com as empresas de telefonia. Acho até que pode haver um certo exagero, mas que o descaso é grande isso é. O que mais incomoda é que os investimentos não acompanham o crescimento do setor. Os recursos arrecadados estão saindo do país na forma de remessa de lucros. Só no ano passado sairam 2,5 bilhões de dólares. Cinco vezes mais do que em 2009 (Fonte: Banco Central). Nesse mesmo período estima-se que mais 30 milhões de aparelhos foram comercializados. De um lado novas linhas, do outro falta de investimento, o resultado é o que vivenciamos: queixas e mais queixas que fizeram as teles líder no ranking de reclamações do Procon.

Atento a esse pesadelo, o senador Walter Pinheiro atribui que boa parte dos problemas se resolveriam se as operadoras seguissem o que estabelece a Lei Geral das Comunicações e se a Anatel cumprisse suas obrigações de regulamentar e fiscalizar o sistema. Compartilhamento de redes, previsto na legislação, e a eliminação do uso dos dois dígitos, são medidas que não implicam em grandes soluções tecnológicas e nem em grandes custos, lembra o senador. As medidas, além de mais eficiência, trariam maior competitividade e, consequentemente, maiores descontos e vantagens para o usuário. Já sobre a Anatel, Walter Pinheiro é taxativo: "não se pode admitir que essas operadoras não pratiquem no Brasil a mesma qualidade de serviço que oferecem nos seus países de origem".

segunda-feira, agosto 20, 2012

Energia: poupar é mais barato que gerar.

No primeiro ano do Instituto Ideal priorizamos apresentar o instituto a setores ligados a energia limpa. Definimos alguns países e buscamos apoio de nossas embaixadas. Um grande esforço foi feito para levar nossas idéias para fora do Brasil. Um dos primeiros países que visitamos foi a distante e fria Dinamarca. Sede da Vestas, na época, a maior fabricante de aerogeradores do mundo. Foi lá que fiquei sabendo que na Dinamarca o consumo de energia estava estabilizado.  Não crescia em função de uma preocupação do governo com a eficiência energética e do compromisso do povo dinamarquês com a sustentabilidade. Embora a situação do Brasil e dos demais países em crescimento seja outra, não devemos abrir mão da permanente busca pelo uso racional da energia. A energia mais barata é aquela que não foi gasta, nos ensina a vida. Lendo o artigo de Sérgio Leitão, diretor de políticas públicas do Greenpeace (FSP-19/8), me veio a cabeça o exemplo da Dinamarca e a necessidade de registrar as preocupações de Sérgio.

Sob o título Faltou a lição de casa, Sérgio comenta as declarações do presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, que cobra do governo a redução de 35% nas tarifas de energia. A redução dos impostos que incidem sobre a tarifa de energia no Brasil, que é uma das mais altas do mundo, precisa ser estudada. Hoje, é quase um consenso a necessidade de se rever essa carga tributária. Entretanto, o que Sérgio pondera é que também precisa ser debatido pelo governo com setores da sociedade, a eficiência da indústria no consumo energético. Segundo dados da Agência Internacional de Energia, entre os países do G 20, o Brasil está na penúltima colocação do ranking da chamada intensidade energética- uma relação unidade do PIB versus consumo de energia. Entre 1999 e 2005, a China reduziu a sua intensidade energética em 66%; a Índia, em 45%; os EUA, em 43%; ... e nós em apenas 22%! Se essa é nossa performance com energia cara, qual será o compromisso da indústria de investir em eficiência energética com energia barata (salvo as exceções que sempre existem)?

sexta-feira, agosto 17, 2012

Nova York, do prefeito Bloomberg, continua inovando quando o assunto é sustentabilidade: acaba de criar um programa pelo qual pretende pintar de branco, senão a totalidade, a maior quantidade possível de telhados da cidade. O objetivo da medida é reduzir o consumo de energia dos moradores e, assim, o impacto que causam no meio ambiente. Isso porque, com os telhados pintados de branco, a temperatura no interior de um edifício pode cair até 30%, diminuindo os gastos com ar-condicionado e, consequentemente, a emissão de gases do efeito estufa, o que, em última análise, ajuda a controlar os efeitos nocivos do aquecimento global. O programa, chamado de ‘Cool Roofs’ (ou ‘Telhados Frios’, em tradução literal), faz parte de um conjunto de medidas tomadas por Nova York com o intuito a reduzir em 30% a emissão de gases causadores do efeito estufa até 2030.Segundo um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa de Sistemas Climáticos da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, um telhado pintado na cor branca registrou, no dia mais quente deste ano, uma temperatura até seis graus menor do que a verificada em um tradicional, sem a tinta. A explicação é simples e tem origem nas leis da física: enquanto os telhados pretos ou escuros absorvem a energia do sol quase completamente, os brancos refletem os raios solares, dispersando o calor. O programa já conta com 60 mil metros quadrados de telhados pintados de branco. Imaginem no futuro, uma cidade menos cinza e bem mais fresca. Cabe lembrar que no verão desse ano a temperatura por lá andou na casa dos 40 graus. (Fonte: ambientebrasil)

quarta-feira, agosto 15, 2012

Olimpíadas: muita grana e pouco ouro

Depois da derrota do nosso futebol para o México, no sábado, pensei escrever sobre o ocorrido e desisti.  No domingo, a mesma coisa: pensei escrever sobre nossa derrota para Rússia no volei e também desisti. Logo me veio a lembrança meu entusiasmo inicial, com a medalha de ouro no judô conquistada pela jovem Sarah Menezes.. O que mudou durante as Olimpíadas foi, mais uma vez, o duro encontro com a realidade: a falta de pódios..

Embora a nossa delegação tenha sido uma das maiores e o custo por medalha tenha sido um dos mais altos, mesmo assim ficamos num vexatório vigésimo segundo lugar. Muito pouco para quem daqui a 4 anos é sede das Olimpíadas. Ao que parece não foi falta de dinheiro. Foram gastos cerca de 2 bilhões de reais, muito acima do que países "mais medalhados" do que nós gastaram. O que nos falta então?  Sem essa resposta fica difícil planejar um bom desempenho em 2016.

O ministro Aldo Rebelo, já mandou o recado: "precisamos melhorar muito para 2016".

O ministro sabe, como nós também, que não basta ser sede para as medalhas aparecerem. Os bons resultados estão associados a um bom  projeto e trabalho, muito trabalho. A Grà-Bretanha soube se preparar e as medalhas vieram. Ficou em terceiro lugar, seu melhor resultado, por mérito próprio.



terça-feira, agosto 14, 2012

A energia das ondas do mar


A busca por novas tecnologias de geração de energia é permanente. A humanidade precisa de energia e as fontes convencionais são finitas e cada vez mais caras. Encontrar novas alternativas é o caminho a ser percorrido. Quanto mais dependente de energia o país for, mais investimento em pesquisa ele irá fazer. Não é por outra razão que a Europa, mesmo atravessando uma grave crise econômica, continua investindo em novas tecnologias.  Desde junho desse ano, na região de Peniche, na costa de Portugal, estão no mar três módulos que geram energia aproveitando o "vai e vem das ondas". O projeto piloto é de uma empresa finlandesa, em parceria com a Bosh, e a portuguesa Eneólica. Ao que parece, entre outras experiências que aproveitam a energia do mar (tanto de variação de maré como de movimento das ondas), a proposta luso-finlandesa apresenta algumas vantagens. Segundo os responsáveis pelo projeto, como os equipamentos utilizados ficam submersos (de 20 a 30 m de profundidade): não há impacto visual, não alteram o movimento natural da água e não produzem qualquer tipo de ruído que poderia afetar a vida marinha. A costa sul de Portugal foi escolhida por ter as condições apropriadas, condições essas encontradas também em toda a costa ocidental das Américas. O projeto está sendo financiado pela Comissão Européia, dentro do seu programa  de iniciativas de investimentos em pesquisa e desnvolvimento. A idéia é de ser implantada uma versão comercial de 5 MW até 2013. Vale a pena acompanhar. ( Fonte: Renergy) 

segunda-feira, agosto 13, 2012

Mundo verde

Lendo sobre arquitetura verde, na revista Renergy desse mês, logo me lembrei da Sílvia. Lá em casa ninguém é tão verde como ela. Incorporar plantas nas edificações, segundo o arquiteto paisagísta Salomão Nogueira, é uma grande alternativa para se humanizar e refrescar as cidades. Em princípio, todo o espaço de uma edificação pode receber uma planta. "A natureza dá de presente várias soluções", completa Salomão. Uma das grandes vantagens é de trazer para a área urbana as propriedades ambientais das plantas: retenção de umidade e armazenamento de CO². Juntas atenuam as ilhas de calor no meio urbano, tornando o clima mais agradável. Salomão é um defensor dos telhados verdes. Para ele quem opta por esse tipo de incorporação verde nos prédios está colaborando com a cidade: aumenta a biodiversidade  nos centros urbanos e reduz a possibilidade de enchentes, já que a água fica mais tempo retida. Salomão alerta que essas possibilidades precisam ser tecnicamente estudadas. Tanto em relação a planta a ser utilizada, como as condições da edificação. Lembra que a escolha deve contemplar espécies que não necessitem podas constantes, que não precisem ser regadas diariamente e que peçam pouca adubação. Por fim, a moda parece que está chegando para ficar. Na Europa países como Alemanha, Suiça e Aústria, o uso das coberturas verdes se tornou obrigatório em telhados cuja inclinação é favorável. Em São Paulo o telhado da prefeitura também possui uma biocobertura, sendo o maior telhado verde da capital paulista. A cidade agradece.

PS- em Nova York, nos últimos anos, foram plantadas mais de 1 milhão de árvores. Uma cidade bem arborizada pode reduzir a temperatura em até 5 graus.

sexta-feira, agosto 10, 2012

Cidades do futuro, parte V

Já comentei no blog inúmeras vezes que o lixo será um dos grandes problemas desse século. Como também já registrei algumas vezes de que pouco vai se ouvir falar de lixo nessas eleições. Por uma razão muito simples: LIXO é um problema e não dá VOTO. Mesmo assim vou continuar comentando. Pelo menos fica o registro. São muito poucas as cidades que reciclam o lixo e dão tratamento econômico ao lixo. Na América Latina, infelizmente, o descaso é grande. Na Bolívia, por exemplo, cidades como Cochabamba, La Paz, El Alto e Santa Cruz, os enormes aterros sanitários são de assustar. São  mais de 3000 toneladas de lixo produzidas nestas quatro cidades por dia. A Swisscontact, uma ONG, estima que um processo de separação e reciclagem desse volume poderia gerar cerca de 20.000 empregos. A Swisscontact mais a Fundação Siemens desde de 2009 estão implantando um projeto chamado "Empleos e Ingresos con Manejo Medioambiental", que cria sociedades público privadas capazes de estabelecer gradualmente sistemas completos e integrados de separação de lixo; reciclagem econômica de plástico, vidro, papel, metal e dejetos orgânicos. As coletas de lixo reciclado são feitas de 1 a 3 vezes por semana, em 200 pontos de coleta. Em 2010 foram recicladas 7000 toneladas de lixo. Os sócios do projeto pretendem ampliar o processo já que é visível o ganho de consciência entre os jovens pois saúde, higiene e meio ambiente caminham juntos num projeto dessa natureza. (Fonte: Pictures of the Future)

PS- A Bolívia foi o país citado na reportagem, mas o problema do lixo é de todos os países latinos.

quinta-feira, agosto 09, 2012

Cidades do futuro, parte IV

Como "santo de casa não faz milagre", ouvir a experiência dos outros sempre ajuda. Pablo Vaggione, é um planejador urbano que se especializou em desenvolvimento sustentável. Entrevistado pela revista Pictures of the Future, sobre as cidades do futuro, assim se manifestou:

O que faz valer a pena viver numa cidade?
Depende. Cada cidade tem seu lado motivacional. Pode ser pela segurança, pela mobilidade, oferta de emprego, atrações culturais, beleza natural entre outras.

Sustentabilidade e qualidade de vida estão necessariamente ligadas?
Os conceitos são diferentes. O que constitui qualidade de vida é algo subjetivo. Já uma cidade sustentável é aquela que tem maior probabilidade de oferecer aos que nela moram qualidade de vida ao longo do tempo. É uma cidade onde o desenvolvimento econômico está em equilíbrio com o desenvolvimento social e o meio ambiente protegido.

Quais os principais desafios dos planejadores urbanos?
As cidades estão saturadas. Tem que trabalhar as questões climáticas, crescimento desordenado, infraestrutura precária e recursos finaceiros limitados. Os gestores precisam utilizar os recursos disponíveis com mais eficiência e ter conhecimento para planejar o crescimento da cidade.

Como difere as estratégias de planejamento urbano de um país industrializado para outro em desenvolvimento?
São situações bem distintas. Mesmo dentro de um mesmo país as cidades guardam suas peculiaridades e prioridades. Não é um pacote de medidas. Cada caso é um caso. Os principais problemas que enfrenta Nairobi, por exemplo, são transporte, direito sobre a terra e uma população crescente vivendo na periferia. Portanto, a estratégia do gestor público é encontrar respostas para essas necessidades.

Como será a "cidade do futuro"?
A participação da cidadania será mais intensa e efetiva. As cidades com cidadãos mais informados e comprometidos são melhores. A gestão terá que ser descentralizada. A complexidade dessas cidades não permitirá gestões concentradoras de poder. (Fonte: Pictures of the future)

quarta-feira, agosto 08, 2012

Cidades do futuro - parte III

A América do Norte vem fazendo um grande esforço para tornar suas cidades sustentáveis. Recentemente, São Francisco foi eleita a "mais amigável das cidades". Logo depois veio Vancouver no Canadá, seguida por Nova York, Seatle e Denver, todas nos Estados Unidos. Nova York, por exemplo, vai plantar 1 milhão de árvores, já Denver está investindo 1 bilhão de euros na expansão do sistema de transporte público. E a coisa não para por aí.  No Festival de Ideas de Aspen conhecido por despertar interesse e conhecimento sobre o futuro das cidades, centenas de sugestões sobre lixo, qualidade do ar, energia, emissões de CO², uso da terra, edificações, transporte e água.

Em função desse movimento crescente de preocupação com as cidades, prefeitos começam a se comprometer com políticas públicas até então desconsideradas pelos alcaides. É quase consenso planejar as cidades priorizando o bem estar dos que vivem nela. Independente do seu tamanho, reciclagem do lixo, qualidade do ar, mobilidade urbana, água, esgoto e energia, fazem parte do dia a dia de um bom gestor. Os resultados já começam a aparecer. Nos EUA, a perda de água nos sistemas de abastecimento, em média, é de 13%. Na Europa é 23%. Na América Latina chega a 35%. A reciclagem do lixo também cresce nos EUA. Na média, 26% do lixo produzido é reciclado. Esse índice é três vezes maior do que a média na Europa.

Outra grande preocupação urbana é com o crescimento desordenado das cidades. Para evitar o caos, medidas de uso adequado do espaço estão sempre sendo estudadas. Para evitar o adensamento, espaços verdes e rotas curtas da casa para o trabalho e da casa para o lazer. Otimizar essa relação é fundamental para humanizar as cidades. É um castigo gastar duas a três horas por dia para se locomover. Em Nova York, que tem quase que 11 mil hab/m², os espaços verdes representam 20% da área urbana. Outra forma de se humanizar a cidade é evitar ao máximo o uso do carro. Quanto menos carros estiverem circulando pelas ruas, mais humana é a cidade. Em Berlim, um caso de cidade bem resolvida, 40% dos seus habitantes usam transporte público para trabalhar, e outros 17% utilizam a bicicleta. (Fonte: Pictures of the future, by Karen  Stelzner)
 

terça-feira, agosto 07, 2012

As cidades do futuro - parte II

Para Roland Busch, CEO do novo Setor de Infraestrutura & Cidades da Siemens, o crescimento das cidades tem seu lado positivo - o das oportunidades, e seu lado negativo - os problemas que as cidades sofrem com a falta de esgoto, ruído, trânsito, falta de água, transporte público ineficiente.....

Portanto, tranformar as cidades num bom lugar para se viver é a chave do sucesso de uma gestão. Para isso as politicas públicas precisam ser sustentáveis e integradas dentro de um planejamento urbano de médio e longo prazo. Para poderem crescer de forma harmoniosa, as cidades necessitam incorporar novos conceitos. Tem que contemplar estudos de mobilidade, abastecimento de água, fornecimento de energia, coleta de lixo, rede de esgoto, posto de saúde, central de polícia e escola, para cada nova área projetada para crescer. Isso é o mínimo, o básico. Crescer sem planejar, nem pensar.

Londres, sede das Olímpíadas, é um bom exemplo. Roland Bush, lembra que o metro opera há mais de 150 anos, e é responsável, em parte, pelo bom transporte público que a cidade oferece. No entanto, diante do crescimento dos usuários do sistema, Londres vem estudando há um bom tempo como melhorar sua mobilidade urbana. A solução encontrada passa por uma grande reformulação da cidade. Ruas fechadas para a circulação de carros, substituição dos tradicionais onibus londrinos por outros mais eficientes e menos poluidores (hibrídos), a adoção de carros elétricos (taxis), enfim, um conjunto de medidas que atendam o crescimento sem deixar de lado a preocupação com a preservação e qualidade de vida da cidade.

segunda-feira, agosto 06, 2012

As cidades do futuro - parte I

Com as campanhas para prefeitos e vereadores nas ruas, começam as promessas. E não são poucas. Aqui em Florianópolis, por exemplo, li no Diário Catarinense de hoje, que os candidatos a prefeito já prometeram mais de uma centena de coisas. Quem lidera o ranking é, Gean Loureiro, o candidato da situação. Como era, até pouco tempo atrás, um secretário tipo "faz de tudo", fica a dúvida: se o que promete é tão importante para a cidade, porque não fez antes. Com o intuito de ajudar o debate (minimizando os efeitos das promessas quase nunca cumpridas), durante essa semana vou comentar no blog o que vem debatido sobre as "cidades do futuro".

Essa preocupação tem recebido a atenção de estudiosos e de grandes empresas que atuam na área da inovação e de soluções urbanas, sustentáveis e integradas. Para melhorar a vida nas grandes cidades precisa-se, antes de tudo, de inteligência. Mais da metade da população do planeta vive nas cidades. A migração do campo para os centros urbanos começou nas últimas décadas e parece ser um fenômeno irreversível. As oportunidades no mundo moderno estão mais nas cidades do que no campo. Preparar as médias e grandes cidades para essa realidade é um dos grandes desafios desse século. E isso não se faz com promessas!

PS- amanhã volto com o assunto. 

domingo, agosto 05, 2012

Sobre o "mensalão"

Para minha surpresa recebi nessa semana uma solicitação de entrevista sobre o chamado "mensalão".  O pedido veio de um dos nossos principais jornais. Queriam ouvir a opinião dos deputados conhecidos na época como o "Grupo dos 13", sobre o julgamento do "mensalão" no Supremo. Passados sete anos, não tem a menor importância o que o grupo espera do julgamento. Em 2005, o enfrentamento que fizemos tinha sim interesse público: se buscava, da cúpula do partido, os esclarecimentos que nunca vieram. Naquela época, a chamada grande mídia  não tinha o menor interesse de nos abrir espaço. Para eles manter todos os petistas sob suspeição fazia parte da estratégia. As dificuldades que os mandatos tiveram, as desconfianças, angústias e constrangimentos que passamos ficaram para trás. O que espero agora do julgamento, se é que tem alguma relevância, coincide com o que aguarda a sociedade: um julgamento imparcial, livre de influências e pressões.

quinta-feira, agosto 02, 2012

Começa o mês de agosto

Agosto sempre foi um mês de muita expectativa. Esse de 2012, em particular, muito se espera dele. Meu filho Eduardo, prova maior do que o tempo não para, faz 30 anos. Em Londres, as medalhas estão custando a aparecer. Em Montevidéu, onde me encontro, o Concurso Mercosul que promovemos se amplia, com a entrada do Chile e da Bolívia, e se consolida como um projeto latinoamericano com o ingresso da Associação Latinoamericana de Integração - ALADI, na organização. Em Brasília, a expectativa de todos é sobre o julgamento do "mensalão". O mês de agosto vai passar  e ainda vamos falar por muito tempo nele. Por falar em mensalão me veio a lembrança o ano de 2005, os momentos de angústia que passei convivendo com pressões de todos os lados. As marcas e as mágoas o tempo se encarrega de apagar, já as consequências sobre o mandato ficam para sempre. O que se espera é que desse julgamento não fiquem desconfianças. Que o Supremo não se deixe levar pelo clamor da opinião pública e nem pela importância da nominata dos envolvidos. Que o desfecho deixe ensinamentos e que a sociedade os acolha com sabedoria.

PS- amanhã retorno para Ilha.

quarta-feira, agosto 01, 2012

MADE in CHINA

O Uruguai tem suas particularidades. São marcas que logo nos identificamos. Por exemplo, na gastronomia a qualidade de sua carne se destaca. Não é por acaso que sempre pedimos um assado quando se está aqui. Para acompanhar, uma salada de alface ( é maravilhosa) e um pimentão na brasa. Uma Pilsen gelada de litro e um flan com doce de leite de sobremesa. Uma refeição bem uruguaia, simples e inesquecível.

Outra marca registrada do Uruguai, pela boa qualidade e preço acessível, está no vestuário. Aqui a lã e o couro se destacam. Se tiver a oportunidade e a vontade de comprar uma jaqueta de couro compre aqui, voce não vai se arrepender. Eu mesmo posso testemunhar: a minha quanto mais uso mais me prendo a ela. Hoje cruzei por uma jaqueta que me agradou. Provei e aprovei. Na hora de pagar, muito mais por curiosidade do que por desconfiança, resolvi olhar a etiqueta para confirmar a origem do produto. Para minha surpresa e tristeza, a jaqueta era MADE IN CHINA. Não pensei duas vezes: procurei o gerente e expliquei que não ia comprar uma jaqueta de couro no Uruguai feita na China. O gerente, prontamente entendeu as razões da minha desistência, e visivelmente emocionado me agradeceu.