quinta-feira, julho 25, 2019

Ruy Castro: "O cargo implica e exige respeito"

Se alguém está se sentindo entediado com o Brasil, só pode estar desempregado. É o único setor sem novidade nos 200 dias do governo Bolsonaro. Nos demais, tem assunto para tudo que é gosto. Nessa semana, por exemplo, Ruy Castro listou algumas iniciativas do presidente: "atacou adversários, ofendeu aliados, ignorou protocolos, humilhou amigos, promoveu crises e diminuiu instituições".


Não sei direito qual o juízo que as pessoas que votaram em Bolsonaro fazem. As pesquisas mostram que boa parte dos seus eleitores já cansou. Outra parcela continua fiel. São seguidores, não eleitores. Gostam dessa forma afrontosa de governar. Só que governar vai além: implica e exige respeito.


No recente caso do Inpe, com repercussão internacional, a instituição é do próprio Estado. Portanto, os índices apurados de vastas áreas desmatadas é de responsabilidade do governo brasileiro. De mais ninguém. Ao atribuir os dados como "mentirosos", o presidente passa para a sociedade a ideia de que fraudamos os nossos próprios dados. E isso é muito grave.


O descompromisso com a verdade de um índice oficial desmoraliza por completo um país. Ele gera desconfiança e dificulta investimentos. Bolsonaro, dentro de uma estratégia própria de governar chama sempre a atenção para si, sem se preocupar com os temas que realmente interessam. Nada é por acaso. Com isso cresce a incerteza sobre o que está por vir. O que, aparentemente, lhe convêm.


PS - O Inpe produz informações há 60 anos para o Brasil. É uma instituição reconhecida internacionalmente, por sua excelência técnica e científica. Ao Inpe se deve a formação de toda uma geração de cientistas, a publicação do Atlas da Mata Atlâtica, o monitoramento da Amazônia  e a recente atualização do Atlas Solarimétrico do Brasil/2019. Um conjunto de informações públicas, transparentes e confiáveis.   

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