O Brasil nunca foi uma referência em coleta de dados e no seu bom uso. Nossas séries históricas são curtas, o que muitas vezes não permite as melhores interpretações. Isso, em parte, dificulta a nossa sonhada ascensão no ranking das nações mais desenvolvidas.
Diante dessa triste realidade, um dos nossos bons exemplos é o Inpe. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, tem história para contar. Afinal, são seis décadas de coleta e interpretação de dados num setor estratégico para qualquer país de olho no futuro. Mesmo assim, do nada, o Inpe foi alvo da ira de Bolsonaro. Sem medir palavras, seu diretor geral foi exposto publicamente pelo presidente.
A reação em defesa da instituição foi imediata. No domingo, 21, em rede nacional, o diretor do Inpe, o engenheiro Ricardo Galvão, não se calou: "posso ser demitido, mas o instituto é cientificamente sólido para resistir aos ataque do governo".
De imediato renomados cientistas saíram em defesa do Inpe e do seu diretor. Por meio de manifestações da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e da ABC (Acadêmia Brasileira de Ciências) seus membros ressaltaram, em carta aberta, a importância do instituto e o despropósito do ataque sofrido pela entidade. Ricardo Galvão agradeceu o apoio e se disse empenhado na busca de uma solução apaziguadora para o país, "porque não podemos continuar com esse estado de antagonismo que está destruindo uma instituição de grande prestígio no mundo, que é o Inpe." Sábias palavras.
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