sábado, julho 20, 2019

Miriam Leitão: o novo alvo de Bolsonaro (*)

Jaraguá do Sul, para quem não sabe, é uma importante cidade catarinense. Com cerca de 160 mil habitantes, se tornou conhecida por ter uma das maiores rendas per capta do país. Reconhecida pelo seu polo industrial, Jaraguá soube se desenvolver sem se afastar dos compromissos com a cultura e a qualidade de vida das pessoas.

Nessa semana sua imagem de boa cidade para se viver, sofreu um grande revés. Jaraguá virou notícia nacional ao impedir a presença da jornalista Miriam Leitão na cidade. Por ironia do destino botaram para correr uma jornalista referência no meio empresarial - por seus fortes compromissos com a política mais liberal. 

O coordenador do "levante do atraso", que colheu cerca de três mil assinaturas, ao que parece não tem noção do que fez. Um desmiolado, inconsequente, que expôs Jaraguá do Sul ao vexame que não merecia. Esse desatino contra a cidadania precisa parar. Quando em pleno século XXI, uma das cidades mais inovadoras do país permite que uma palestrante convidada passe pelo constrangimento que Miriam Leitão passou, só resta a perplexidade. Como a sociedade regrediu. Que pobreza!


(*) Na sexta-feira, 19, numa entrevista coletiva em Brasília, Bolsonaro voltou a atacar a jornalista Miriam Leitão. Sem demonstrar qualquer preocupação com a gravidade do ocorrido, o presidente reforça a ideia da política do medo: não basta constranger, tem que amedrontar.


PS - O ódio está tomando conta das pessoas. Independente do que penso da jornalista Miriam Leitão, o que fizeram com ela foi uma violência. Pelas ameaças que sofreu foi "desconvidada" de participar da 13ª Feira do Livro de Jaraguá do Sul. Até então, nas doze feiras anteriores, nada parecido tinha acontecido. E olhem que a feira era de livros, não de armas.  


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