A Economia do papa Francisco é uma iniciativa da Igreja Católica, que busca envolver jovens de todo o mundo no combate a pobreza e no comprometimento com uma matriz energética mais limpa. Como não me enquadro no grupo de jovens, apenas acompanho os debates. Do pouco que vi até agora, o processo organizativo é muito interessante e se auto alimenta.
Ainda longe de conhecer o todo, já deu para perceber a intenção do Papa: mobilizar os jovens e comprometê-los com um novo mundo. O primeiro passo está sendo dado, a construção de uma mega rede. São milhares de estudantes, na sua maioria economistas, se encontrando, trocando experiências, formando vilas de conhecimento.
De pronto identifiquei três novidades: a ausência dos governos, o protagonismo na mão dos jovens e o olhar para a comunidade. Em relação aos governantes, sempre que pode, o Papa tem expressado seu desconforto de se relacionar com governos atrasados. Quanto aos jovens, sua Santidade quer ouvir os que não são ouvidos. Por fim, sua preocupação com as comunidades e demandas locais.
Essas discussões inicias, se deram ao longo de 2019. Na programação estava até previsto um grande encontro dos jovens, no segundo semestre deste ano, na Itália. Não sei o que vai acontecer com a chegada da pandemia. Em apenas três meses muita coisa mudou. No curto e médio prazo a economia mundial estará focada no inimigo invisível, o coronavírus.
O papa Francisco vem demonstrando sua preocupação com o pós pandemia; sabe as consequências do agravamento do empobrecimento. Não se esperava por isso, mas os dados da realidade são dramáticos. Segundo a ONU, o retrocesso devido à crise ameaça anular uma década de avanços sociais.
Todos os países apresentam PIB em queda. Uns mais do que outros, mas a situação já indica para o maior desafio da humanidade neste século. O impacto social é brutal. A queda de 10% no total de horas trabalhadas no mundo, prova isso. Só essa desaceleração irá impactar no trabalho formal, desempregando mais 300 milhões de trabalhadores. Sem falar nos informais, cujo montante ninguém sabe. (*)
(*) No caso do Brasil o governo anunciou, dia 13, a projeção do PIB para 2020: - 4,7%. A queda é a maior da história. Para uma economia que já se arrastava, 1,1% em 2019, uma péssima notícia.
Um comentário:
Muito bom Mauro nos a pensar caminhos...a importância dos jovens e da comunidade
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