Na entrevista dada ao jornal Estado de Minas, dia 3/3, Bolsonaro saiu-se com essa: "Para a mídia o vírus sou eu". Sem perceber, acabou reconhecendo a importância do seu papel nesta pandemia que não nos larga. Já que não consegue acabar com o vírus porque não se associar a ele, é a sua aposta. Tem gente assim, gosta do pior.
Uma das máximas de alguns políticos populistas, é aquela de sempre: falem de mim, pode ser de bem ou do mal. Nunca simpatizei com esse jargão popular, ainda mais quando se refere a uma tragédia. No meio da crise é um desamor se aproveitar da desgraça dos outros.
O que mais queria nesta semana que recebo minha primeira dose da vacina, é não falar da tragédia. No entanto, como escrever sobre a energia do sol no meio das trevas. Por mais que você queira mudar o tema, as notícias que chegam te impõem a pauta fúnebre. Em março, foram mais de 300 mil mortos. Em abril, sabe-se lá quantos serão ....
Um importante jornal de circulação nacional, entre os dias 13 a 19 de março, recebeu 17.364 comentários dos seus leitores. A maioria tratava da dupla bolso/vírus. Entre os destaques a grande rejeição na gestão da crise da saúde, 54%! (*)
Por mais que você queira se libertar das más notícias, as mortes não te deixam. A combinação bolso/vírus está acabando com o país. Independente de qualquer coisa a vacinação em massa e o auxílio emergencial, caminham lado a lado. O resto vai vir depois: emprego, renda, desenvolvimento. Embora o que comento seja o óbvio; não é o que Bolsonaro quer.
(*) Conforme já citado no blog, somos o segundo país que mais matou por covid. O Brasil já levou a óbito mais 300 mil brasileiros. Os responsáveis existem, tem nome e endereço. A vida não só o que se vê, é um pouco mais. Vide o Moro.
PS - O que vejo com preocupação, é o desalento da sociedade diante dos fatos. Sem perceber, o povo pode estar sendo usado numa estratégia de poder. Não subestimem o que está em jogo. Na semana passada um grupo de banqueiros e empresários, dos quais boa parte ajudou eleger Bolsonaro, se manifestou. Em Carta Aberta, se rebelaram. Antes tarde do que nunca.
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