sábado, maio 29, 2021

O Brasil que se quer não é esse que está aí: FORA BOLSONARO!

                                               
                                                 Foto de Gastão Cassel

A mobilização no sábado, 29, em Florianópolis, pelo FORA BOLSONARO, juntou muita gente (foto acima). Milhares de pessoas, em sua maioria jovens, sentiram que o momento é de protestar. De máscara e com álcool gel sendo distribuído durante toda a caminhada acabou dando tudo certo. Sem nenhum registro de incidente e sem medo dos raivosos, o recado foi dado: viemos para ficar. Aqui é o nosso lugar. A concentração foi no Largo da Alfândega e a caminhada pelo centro da cidade formou uma fila de 1,5km. Uma manifestação para ficar na história. 

O significado do que vimos nas ruas, é de um divisor de águas. Nada será como antes quando a sociedade, perplexa, se calou diante um desgoverno. No primeiro ano do governo Bolsonaro, boa parte dos seus eleitores já estavam decepcionados. Como tinham votado, ficaram quietos. No segundo ano, veio o arrependimento: metade dos que votaram no "mito" não votam mais. No terceiro ano, que mal começou, só sobraram os "bolsonaristas de fé". Entender esse grupo não é uma tarefa fácil. Em alguns casos nem Freud explica.

A mistura do poder com a vaidade, somado com a arrogância e o despreparo, fez brotar o negacionismo e todas suas consequências. Algumas pessoas são atraídas por isso. Não pensam no futuro e acham que a Terra é plana. Desdenham da covid, não reconhecem as mortes e tão pouco se preocupam com a economia que não reage. Se acharam em Bolsonaro e no que ele prega. 

Nada que segue abaixo é de minha autoria. Apenas trechos de artigos que selecionei publicados na Folha de São Paulo, do dia 27. Seus autores Sérgio Rodrigues e Fernanda Torres. Pelo que li, podem nos ajudar a refletir sobre o Brasil que se quer. (*)

"Caso alguém ande muito distraído e não tenha reparado, O Brasil está em guerra com o Brasil. Guerra aberta, cruenta, com direito a tudo que as guerras costumam incluir, de pilhas de cadáveres a generais covardes".

"Maniqueísmo é como chamamos toda visão de mundo que o divida de forma chapada entre bem e mal. A palavra deriva de Manes ou Maniqueu, líder religioso do início do cristianismo que reduzia o universo a uma guerra entre luz e sombra."

"O maniqueísmo puro que racha o Brasil como uma machadada de madeireiro do Salles só comparece em momentos de crise aguda - psíquica, no caso de conflitos íntimos, ou política, no caso de nações."

"Nessas horas (como a que estamos), não tem como fugir. Um lado representa a civilização e o outro defende a barbárie ...."  (Sérgio Rodrigues)

Sobre o texto de Fernanda Torres:

"O general Pazuello jura que a incontinência verbal e o comportamento errático do chefe maior não se traduziram em ações concretas do governo. Messias jamais pressionou, assinou, exigiu, mandou, pediu ou interferiu na pasta da Saúde".

"Com a missão cumprida de pôr o Brasil na dianteira das mortes por Covid no planeta, o militar protegeu o superior com a desculpa de que é tudo da boca para fora porque esse é o jeitão do Jair. "

"O jeitão é uma imposição do caráter, é a vontade inarredável do ser, é a individualidade pairando acima de qualquer imposição moral ou legal". 

(*) Sérgio Rodrigues é escritor e jornalista. Fernanda Torres, atriz e roteirista. 

PS - Que o maniqueísmo tomou conta das redes sociais, é verdade. Que o Pazuello se mostrou um servil, também. Quanto ao Brasil que se quer, cabe a cada um refletir e se posicionar. Foi o que se viu sábado em Florianópolis. A esperança voltou.

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