quarta-feira, agosto 11, 2021

Com tanque ou sem tanque o cerco se fecha

A pesquisa de opinião é que nem motociata, cada um interpreta conforme o seu interesse. De moto não entendo nada, mas sei  porque faz parte da estratégia do Bolsonaro: dá visibilidade e vira notícia. Collor que também era motoqueiro e hoje assessora Bolsonaro, sempre repetia "não me deixem só".  Mesmo andando de moto pelas ruas de Brasília, a solidão foi sua companheira até a renúncia em dezembro de 1992. (*)

Os contínuos ataques de Bolsonaro e seus seguidores ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional, não são por acaso. O cerco está se fechando e ele precisa desviar a atenção do que realmente o preocupa, não se reeleger. Sem trabalho para mostrar, o que se vê são famílias endividadas, o escândalo das vacinas (CPI da Covid), desemprego e inflação crescente. Com esse "acervo", não tem motociata e nem tanque que resolva. (**)

 A novidade que deixou Bolsonaro sem reação foi a manifestação pública dos que controlam o PIB e exigem respeito ao resultado das eleições. O manifesto começa assim: "O Brasil enfrenta uma crise sanitária, social e econômica de grandes proporções. Milhares de brasileiros perderam suas vidas para a pandemia e milhões perderam seus empregos". (www.eleicaoserespeita.org)

Publicado nos principais jornais do país no dia 5/8, começou com a assinatura de 267 pessoas. O texto está aberto para apoios na internet. O balanço parcial dos organizadores surpreendeu a todos. No primeiro dia foram milhares de novas adesões. Não importa quantos são, mas quem são. A grande maioria intelectuais, artistas, empresários, banqueiros e outros nomes da sociedade civil. Bolsonaro sentiu o golpe, não abriu a boca. Só que sem agressão, bravata e desrespeito não há bolsonarismo. E ele sabe disso... 

(*) Bolsonaro, ao contrário de Collor, ainda tem seguidores. Só que não são suficientes para elegê-lo. Portanto, a sociedade precisa estar atenta. Para ele o ideal é não ter eleição.  

(**) A última inauguração de Bolsonaro que foi notícia por aqui, teve até motociata.  Foi uma agência da CEF já em funcionamento em Xanxerê, no oeste de Santa Catarina.  O endividamento das famílias é recorde, 60%. O desemprego não cede, já são quase 15 milhões.  A inflação de julho foi 0,96%, a maior desde 2002.

URGENTE - Blindados vão às ruas em dia crucial para o voto impresso.  Assim foi a manchete estampada na capa da Folha da terça-feira, 10.  Com todo esforço que o governo fez, faltou voto para Bolsonaro impor o voto impresso. Outras provocações virão, a sociedade precisa estar vigilante as reações de um anárquico.


Um comentário:

Alexandre Heringer Lisboa disse...

E quanto mais pesquisas mostram sua inevitável derrota, mais desespero brota no cercadinho.