segunda-feira, novembro 01, 2021

A presença das mulheres senadoras na CPI da Covid

Quando se escreve toda a semana em rede aberta é preciso ter muito cuidado. Ali está a sua história, seus contos e sonhos; e para os leitores está disponível um lugar de informação e de reflexão. Como o acesso é amplo, a maioria das pessoas você nem conhece. Em respeito a elas, sempre procuro através das visualizações avaliar o interesse pelo tema e reforçar a argumentação quando necessário.

Em relação ao meu último comentário,  "A CPI da Covid e o charlatanismo", do dia 28,  pela repercussão que teve, faltou, ao meu ver, ressaltar a importância da presença das mulheres senadoras na CPI. Inicialmente desconsideradas pelos seus partidos, não se intimidaram e foram à luta em busca do direito à voz. Determinadas, não se calaram até conseguir o espaço que buscavam.  

Sem a vaga formal, que lhes daria o direito voz e voto, passaram a fazer um rodízio entre elas de forma a estar presente em todas as reuniões do colegiado. Claro que umas se destacaram mais que as outras, pela presença constante e pelas brilhantes intervenções. Só que não é isso que quero mostrar, mas sim sobre quem são e como se comportaram.

Pela ordem alfabética as senadoras são: Eliziane Gama (Cidadania - MA), Leila Barros (Cidadania - DF), Mara Gabrilli (PSDB - SP), Kátia Abreu (PP - TO), Simone Tebet (MDB - MS), Soraya Thronicke (PSL - MS) e Zenaide Maia (PROS - RN). Desde quando formada a Comissão, 27/4, elas estavam lá fazendo a sua parte. Quando se olha a filiação partidária, são de várias siglas de diferentes ideologias.  

No entanto, em nenhum momento, defenderam o indefensável; como fizeram os senadores homens da tropa de choque de Bolsonaro. A presença das mulheres na política precisa ser mais observada e valorizada. Não existe uma regra a seguir, mas o comportamento ético ajuda. Na próxima eleição procure conhecer melhor o seu candidato. Não se afaste da política, valorize o voto. Se o desencanto for muito grande, não desista: vote numa mulher. Segundo os estudiosos, o risco de uma  decepção é menor.

Diante das observações acima, procurar entender minimamente o que se passa com os Poderes da República, exige muita reflexão. A impressão que dá é que ninguém quer mudar nada. Bolsonaro se afundando e o sistema se agarrando ao passado sem qualquer compromisso com o futuro. "Tudo como dantes no quartel d'Abrantes", célebre frase do século XIX quando da invasão de Napoleão na Península Ibérica, talvez seja o que mais se aproxima da nossa realidade. (*)

(*) Com 608 mil mortes por covid e 1035 dias de um governo sem rumo, o Brasil que durante o governo Lula foi a sexta economia do mundo é agora a décima segunda. 

PS- UM RESUMO DA SEMANA: O Tribunal Superior Eleitoral reconheceu o uso indevido das fake news na eleição de 2018, mas deixou tudo como está. Para não perder o discurso avisou que na próxima eleição tudo vai ser diferente. Então tá. O Procurador Geral da República, Augusto Aras, reconduzido por Bolsonaro, acha que está tudo certo. Se ele acha. Já o presidente da Câmara, Arthur Lira, comprometido com o Centrão, engaveta todos os pedidos de impeachment. Simples assim. O líder dos caminhoneiros, Zé Trovão, que estava no México, está de volta em Joinville. Quem pagou o seu tour?  Bolsonaro, segundo o vice Mourão, não foi para a COP 26 com medo de ser hostilizado. E olha que estava ali do lado, na Itália. De nada adiantou, foi vaiado lá. 

Um comentário:

Unknown disse...

Salutar maior participação das mulheres na política e outros âmbitos da sociedade. Boa observação!