quinta-feira, novembro 25, 2021

De olho no fututo

O passado ... 5 km/l


E o futuro ... 50 km/l



Nos dias 18 e 19/11, Florianópolis recebeu o primeiro grande evento presencial da cidade, o 360 SOLAR. Com palestrantes de diferentes lugares do mundo, a temática foi "conectando a energia fotovoltaica com o futuro". Afinal, para quem não sabe, foi aqui que se deu o grande salto da energia solar no Brasil. Em 2007, com a criação do Instituto IDEAL a energia solar ganhou visibilidade, saiu da academia e se encontrou com a vida real.

Nas fotos acima, um passado distante e o futuro chegando. Nos próximos anos vamos conviver com uma profunda transformação, a da mobilidade elétrica. Claro que nesses eventos como o ocorrido aqui, o entusiasmo supera  as dúvidas que aparecem. Normal num processo gigantesco de alcance e interesse global. O caminho é longo e espinhoso, mas vai acontecer: cedo para uns, tarde para outros.

No nosso caso em particular, quatro coisas preocupam: a dimensão continental do Brasil, o preço da tecnologia, a cultura do carro à combustão e a resistência que se tem às inovações. Se fizermos um comparativo com o acolhimento dos painéis solares, possibilitando que cada um gere a sua própria energia, os carros elétricos vão ter muito mais dificuldade de penetração. Pelo preço são carros projetados para atender a classe média alta. Sem ganho de escala tudo fica mais difícil. Em razão disso penso que deveríamos começar pelo transporte público e de carga leve. Com foco nos grandes centros urbanos. (*)

A favor dessas mudanças que vão acontecer, está em primeiro lugar a qualidade de vida nas grandes cidades. O ar que se respira, mata! Depois a própria necessidade de se desvencilhar dos combustíveis fósseis, que são finitos e, até por isso, cada vez mais caros. Vide seus efeitos na mudança do clima e seus impactos na economia global. Portanto, acreditem: carvão, gasolina, diesel e gás são incompatíveis com o futuro  da humanidade. 

Quando no seminário 360 Solar mostraram a projeção do mercado brasileiro de energia em 2030, o que se vê é um amplo crescimento da energia solar e eólica na nossa matriz energética. As hidroelétricas com um crescimento marginal e os chamados combustíveis fósseis, com uma significativa redução nas suas participações. (**)

(*) São nos grandes centros urbanos que a poluição do ar preocupa mais. É por lá que se deveria começar com os ônibus elétricos já devidamente testados. Os carros elétricos estão disponíveis, só que pelo preço: restrito a poucos. Afora isso, implantar uma rede de abastecimento num país continental como o nosso vai levar muito tempo. O carro da foto acima custa -  R$300 mil!

(**) Quem acompanha o setor de energia sabe que os investimentos nos segmentos de petróleo, gás e carvão estão em queda. Em 2014 a redução foi de 52 bilhões de dólares. Em 2021 vai ser de US$ 14,5 trilhões. A fonte secou, são os chamados "desinvestidores climáticos", comenta Natalie Unterstell, em 4/10. (Natalie, formada pela Universidade de Harvard, é coordenadora do projeto que monitora a política ambiental do governo americano). 

PS - O fenômeno do desinvestimento nos combustíveis fósseis é global. Uma das instituições de ensino mais ricas do mundo, a Universidade de Harvard (EUA), declarou recentemente que não investirá seu fundo de pesquisa de R$ 220 bilhões em qualquer ativo ligado à energia fóssil. Depois de longas tratativas, a UFSC e a GIZ firmaram os termos de compromisso para implantar no Sapiens Park um laboratório de Hidrogênio Verde. Uma excelente notícia para todos nós!

2 comentários:

Cris Santos disse...

Que chegue logo o hidrogênio verde.

Cris Santos disse...

Que chegue logo o hidrogênio verde.