sexta-feira, março 13, 2020

E o PIB não decola

                                             Charge de Zé da Silva

Quando Guedes e Bolsonaro priorizaram a "reforma da previdência", o pacote apontava para a  retomada da economia. Os investimentos externos viriam e com eles emprego e prosperidade. A reforma foi aprovada e as promessas não se concretizaram. Ao contrário, o que se viu foi uma crescente retirada de dólares por parte dos investidores. Só esse ano, antes do coronavírus, cerca de 50 bilhões de reais deixaram o país. 

Numa semana em que a bolsa derreteu e o dólar explodiu, o silêncio do governo é desanimador. A declaração de Guedes, para variar, foi muito infeliz. Só serviu para alimentar a crise. Segundo ele, tá tudo sobre controle. Bolsonaro também não ajuda. Para ele, a pandemia em curso "não passa de uma fantasia". Depois de ter um assessor direto infectado, mudou o discurso.  

Assim como a medicina, a economia exige conhecimento. Ambas dispensam notícias falsas e relações movidas pelo ódio, que só nos afastam de um futuro promissor. O "pibinho" já estava entre nós bem antes do coronavírus chegar. Portanto, são duas coisas distintas a nos atrapalhar. A preocupação está na complexidade, na dimensão e nas consequências das duas situações presentes.

Para Helio Beltrão, engenheiro especializado em finanças na Universidade de Columbia, as bolsas desabaram e o dólar disparou por causa de desatenção com a economia, não do coronavírus. 

Segundo o especialista, a Selic baixa, 4,25%, está incompatível com o cenário de estresse internacional que tem causado fuga de capital e alta do dólar no Brasil. A política do Banco Central de intervenção por vendas de nossas  reservas em dólar não é sustentável. E agora...



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