sexta-feira, abril 24, 2020

O corona vírus e a "Querida Amazônia" (e o Moro ...)


Fotografia de Sebastião Salgado publicada na Folha de S.Paulo. Clique aqui para ver todas a reportagem. 


Depois que o papa Francisco começou a chamar "Querida Amazônia", logo passei a chamá-la assim também. Uma forma carinhosa de se relacionar com o maior patrimônio natural da humanidade. E, com certeza, um dos mais ameaçados. O que paira por trás das ameaças, é o pior dos mundos: a especulação e a exploração criminosa de bens e recursos naturais.

O Ministério da Justiça tem obrigação de identificar e autuar esses criminosos ambientais, através de uma ação coordenada e permanente da Polícia Federal na região. O ministro Sergio Moro sabe que são inaceitáveis as cenas que chegam da "Querida Amazônia". No último sábado, dia 18, a Folha nos brindou com um encarte sobre o Xingu, com fotos de Sebastião Salgado e texto de Leão Serva.(*)

O encarte especial aborda uma possibilidade ameaçadora: a chegada do coronavírus nas populações indígenas. A preocupação de sanitaristas que trabalham na região é de uma situação explosiva, que pode dizimar uma boa parte dos povos das floresta. Lá não tem UTI e muito menos respiradores artificiais. Segundo especialistas a chegada da pandemia de Covid-19 é inevitável. Em parte pelas atividades ilegais na região,  agravado pelo visível descaso com a preservação da "Querida Amazônia".

Segundo o Jornal do Brasil, de acordo com o sistema de monitoramento do Imazon, a floresta perdeu 240 km² de área verde, só no mês de março. Para dar uma ideia dessa insanidade ambiental/florestal: é desmatar num único mês uma área equivalente a metade da Ilha de Santa Catarina, onde fica Florianópolis e suas 44 praias. (**)

(*) Enquanto escrevia o texto, Moro anunciava sua demissão. Se vai se efetivar ou não, só o tempo vai dizer. O inexplicável silêncio de Moro, já sinalizava o mal estar. 

(**) O Imazon é um instituto brasileiro de pesquisa, com pesquisadores brasileiros, sem fins lucrativos, fundado em Belém há 30 anos.

ATUALIZANDO - às 11 hs, numa coletiva,  o ministro anuncia sua renúncia.     



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